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Mercados financeiros defendem "tudo menos Dilma" nas urnas

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Às vésperas do primeiro turno da eleição presidencial no Brasil, os mercados financeiros têm atingido níveis elevados de volatilidade. No começo da semana, o dólar atingiu o patamar mais alto em relação ao real desde dezembro de 2008 -R$ R$ 2,45 na segunda-feira (29). O índice Bovespa também tende a cair a cada nova pesquisa que mostra o avanço de Dilma Roussef nas pesquisas de intenção de voto. O mercado teme a continuidade de uma política econômica que não tem dadoo frutos.

Painel de valores de ações da Bovespa. Bolsa de São Paulo sofre pressão pré-eleitoral.
Painel de valores de ações da Bovespa. Bolsa de São Paulo sofre pressão pré-eleitoral. http://www.brasil.gov.br
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Se Dilma Rouseff tem conseguido recuperar o interesse dos eleitores e subir nas pesquisas, o mesmo não pode ser dito da imagem da presidente no meio financeiro. A possibilidade de reeleição da candidata do PT gerou um clima de aversão.E, abertamente, os mercados defendem “tudo menos Dilma” como opção de voto.

“O mercado é claro: ‘Anything but Dilma’ [tudo menos Dilma, em português]. Não é uma questão de ideologia. Por parte do mercado, há um ponto de vista bastante técnico. O mercado não gostou na condução da política econômica dos últimos quatro anos. Não gostou de como o governo reagiu às crises. Não gosta de como o governo tenta se eximir da culpa dos problemas que acontecem no Brasil”, avaliou Jason Vieira, economista-chefe da consultoria Xinfinity Invest.

O nervosismo pré-eleitoral entre os investidores não é novidade. Em outubro de 2002, antes da eleição da qual Lula saiu vencedor, a cotação do dólar chegou a R$ 4,00, a mais alta desde a entrada em vigor do Plano Real, em 2002. Mas, para Jason Vieira, o momento atual é diferente. “Em 2002, o mercado financeiro tinha uma grande dúvida sobre o que iria acontecer. O PT tinha um discurso de esquerda muito forte, mas acabou se mostrando uma continuidade do governo de Fernando Henrique Cardoso em muitos pontos”, destacou. Já em relação à presidente Dilma, o temor é da manutenção de uma política “que já se mostrou ineficaz”.

Propostas de todos os candidatos para a área econômica são vagas

A possibilidade de Dilma parece assustar, mas Marina Silva, do PSB, e Aécio Neves, do PSDB também não ofereceram ainda sinais claros de como devem lutar contra a alta da inflação e o crescimento baixo.

“Para o mercado financeiro, não foi colocada nenhuma proposta clara. A questão da independência do Banco Central não ficou clara, os programas de governo definitivos também não foram entregues por nenhum dos candidatos. Essa é uma corrida eleitoral muito voltada para o mercado interno em um momento em que o investidor internacional também cobra a equiparação do Brasil aos demais países que evoluíram neste mesmo tempo”, considerou Sandra Utsumi, chefe de estratégia do Besi Novo Banco.

Em resumo, para os mercados, quem quer que chegue à Presidência, terá que fazer mudanças ou o Brasil corre o risco de perder ainda mais investimentos estrangeiros. “O luxo de investimentos tem provado que esse modelo econômico se esgotou”.

 

 

 

 

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