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França/Política

Jornais franceses destacam volta de Sarkozy à cena política

Sarkozy está de volta! O ex-presidente oficializou sua candidatura à presidência do seu partido UMP na sexta-feira, no Facebook. Desde então, só se fala nisso aqui na França e a prova são os jornais de hoje, seja qual for a tendência. 

A foto do ex-presidente Nicolas Sarkozy estampa a primeira página de todos os jornais deste sábado, 20 de setembro de 2014.
A foto do ex-presidente Nicolas Sarkozy estampa a primeira página de todos os jornais deste sábado, 20 de setembro de 2014. LC
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Libération, de esquerda, dedica as seis primeiras páginas de sua edição à análise do retorno do ex-presidente à vida política. O editoral, impiedoso, tem o título "Déjà-vu" e começa dizendo que se apresentar como um novo homem é um velho hábito de Sarkozy. E no atual cenário político, com a performance catastrófica dos socialistas, ele posa de "salvador da pátria", numa volta premeditada e muito bem estudada, que obedece a uma estratégia planejada desde 2012.

Um outro ponto analisado por Libération é o combate interno que essa volta vai causar dentro do partido, com diversos rivais que também aspiram à direção, entre eles, dois ex-premiês: François Fillon, seu inimigo n° 1, e Alain Juppé, que presidiu UMP entre 2002 e 2004 e foi ministro das Relações Exteriores de 2011 a 2012.

Mas, mesmo se opondo a Sarkozy, o final do editorial do Libération é realista: "Se estamos numa democracia, ele tem que ter sua chance: sem uma oposição forte o jogo político se esvazia e quem aproveita é apenas a extrema-direita".

E falando em direita, Le Figaro obviamente deu um destaque elogioso à entrada do ex-presidente à cena política, o apresentando como o único homem que tem o pode reunir as diversas correntes do partido. O jornal também publica uma pesquisa que mostra o que os eleitores de direita esperam de Sarkozy do ponto de vista econômico, social, público e europeu. A rivalidade interna também é enfocada e, é claro, a posição do partido de extrema-direita Frente Nacional, também, já que a líder Marina Le Pen pretende atacar Sarkozy através do balanço de sua presidência.

 Le Monde,de centro-esquerda, observa no editorial que a meta de Sarkozy era voltar "por cima", como o general de Gaulle em 1958, mas foi obrigado a mudar de estratégia depois do escândalo envolvendo notas fiscais falsas de sua campanha presidencial, que levou à demissão do presidente do UMP, Jean-François Copé.

O jornal lembra que Sarkozy , na verdade, pretendia fazer um super "come back" apenas em 2016 para lançar uma campanha presidencial de choque, mas que ficou sem opção com o espaço deixado por Copé e o atual panorama desfavorável ao presidente socialista François Hollande. "Voltando à cena agora, dois anos e meio antes do primeiro turno das próximas presidenciais, Sarkozy corre o risco de se tornar o alvo ideal para os seus opositores políticos", conclui o editorial do Le Monde.
 

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