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Linha Direta

Rússia nega que "modelo de Estado" no leste ucraniano proponha independência

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Com os ocidentais ameaçando endurecer ainda mais suas sanções contra a Rússia, o presidente Vladímir Putin pediu negociações sobre um "modelo de Estado" para o Leste da Ucrânia, neste domingo (30/8). A declaração foi feita pelo presidente em entrevista gravada no principal canal russo de televisão estatal, na qual ele propõe que a Ucrânia "inicie com urgência negociações sobre um modelo de Estado" para garantir os interesses da região pró-russa, condição indispensável, segundo ele, para o fim do conflito. As declarações ocorrem depois de Estados Unidos e União Europeia anunciarem estar trabalhando em conjunto para garantir que suas sanções contra o país estejam alinhadas em rigidez e tempo de aplicação.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs um "modelo de Estado" para o leste da Ucrânia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs um "modelo de Estado" para o leste da Ucrânia. REUTERS/Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin
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Marina Darmaros, correspondente da RFI Brasil em Moscou

As declarações do presidente russo Vladimir Putin sobre um "modelo de Estado" para a Ucrânia geraram polêmica, já que deram a entender que ele fazia um chamado à independência das regiões orientais da Ucrânia, e até a sua possível integração à Rússia, como ocorreu com a Crimeia, por meio de referendo, em março deste ano.

O porta-voz do presidente, Dmítri Peskov, refutou rumores de que Putin estivesse pedindo a independência dessas regiões, onde se concentram os separatistas pró-Rússia. Segundo Peskov, o que Pútin pediu foi um maior diálogo na Ucrânia, e não o status de Estado independente às regiões orientais. Ele também disse que o que o presidente quis dizer, na verdade, era que se cumprissem os acordos celebrados anteriormente, em diversos formatos, "incluindo o documento que os ministros das Relações Exteriores assinaram em Berlim".

Guerra cada vez mais próxima

Na prática, apesar das acusações de que há soldados russos combatendo em território ucraniano, as batalhas ainda são consideradas uma guerra entre ucranianos e separatistas. Mas, apesar da crença de que a Rússia deverá combater abertamente contra a Ucrânia muito em breve, ainda há discussões em andamento para evitar que isso aconteça.

Nesta segunda-feira (1°), depois de um mês de intervalo, estão sendo retomadas as discussões em Minsk, capital de Belarus,  entre a Ucrânia, a Rússia e a Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), além da autoproclamada República Popular de Donetsk. Além disso, em encontro com o chefe da Comissão Europeia, Manuel Barroso, o presidente ucraniano Petro Poroshenko destacou que está em busca de uma solução diplomática para o conflito.

Articulação internacional

Apesar de declarar que privilegia uma solução diplomática, Poroshenko também pediu apoio à Europa em caso de agressão por parte da Rússia.

Em princípio, esse apoio não se daria por meio do envio de tropas, mas o presidente ucraniano anunciou não excluir a possibilidade de receber equipamento bélico. No último sábado (30), a chanceler alemã Angela Merkel se declarou contra o envio de armas à Ucrânia. Segundo ela, isso criaria a impressão de que com o envio de armas e o fortalecimento do exército ucraniano seria possível criar uma solução para o conflito.

Senadores americanos também pediram neste domingo (31) que o governo do país envie ajuda militar à Ucrânia.
O chefe do comitê para Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Robert Menendez, declarou que o país deve prover a Ucrânia com "um tipo de arma de defesa que fará com que futuras agressões de Pútin tenham custos".

Já o presidente russo deu seu recado à Ucrânia e às potências ocidentais em um fórum da juventude pró-Kremlin, onde declarou que a Rússia não quer entrar em um conflito em grande escala com o país vizinho, mas que é melhor "não se meterem com seu país". Ele ainda disse que "a Rússia é uma das mais poderosas potências nucleares".

 

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