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Iraque/Crise humanitária

Jornais franceses aprovam ajuda militar a curdos no Iraque

A ofensiva jihadista no Iraque é o principal tema das manchetes da imprensa francesa nesta quarta-feira (13). O conservador Le Figaro enfatiza que os ocidentais apostam nos curdos para conter o avanço dos extremistas sunitas e afirma que essa guerra pode redefinir as fronteiras na região. A opinião do progressista Libération também fica clara já no título da reportagem : "Armar os curdos do Iraque, um risco necessário".

Capas dos jornais franceses Le Figaro, Libération e Aujourd'hui en France desta quarta-feira, 13 de agosto de 2014.
Capas dos jornais franceses Le Figaro, Libération e Aujourd'hui en France desta quarta-feira, 13 de agosto de 2014.
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Em seu editorial, Le Figaro aponta que "armar uma facção em um país em guerra civil raramente é uma boa política", pois esse grupo pode acabar se tornando o inimigo, como aconteceu com os talibãs no Afeganistão. Mas, no caso do Iraque, o jornal afirma que não há outra escolha.

Diante da ameaça representada pelo Estado Islâmico, os curdos são o único apoio confiável aos olhos dos ocidentais para proteger os cristãos e outras minorias e expulsar os jihadistas sem desestabilizar ainda mais o Iraque. Mas não se pode fechar os olhos, segundo Le Figaro, para o fato de que o objetivo histórico dos curdos é criar um Estado para reunir esse povo espalhado entre a Turquia, a Síria, o Iraque e o Irã.

A estratégia dos ocidentais para evitar uma nova invasão do Iraque é criar um "cordão sanitário" em torno dos jihadistas, de acordo com o jornal. Mas essa lógica vai obrigar num futuro próximo a ajudar também a Jordânia e o Líbano, dois países ameaçados pelos extremistas, sem falar na Turquia e em Israel. Os efeitos da situação atual vão se prolongar pelas próximas duas décadas. A crise atual promete transfigurar o Oriente Médio, dando origem a novas alianças e novas fronteiras, conclui Le Figaro.

Ajuda militar a curdos divide europeus

Libération enfatiza que o governo francês está tentando convencer seus parceiros europeus que ainda estão reticentes a enviar material militar aos peshmergas, os combatentes curdos, para ajudá-los a conter a invasão dos jihadistas. "Os peshmergas são atualmente a força mais estruturada e mais eficaz no Iraque, contando cem mil homens", avalia o jornal.

Libération aponta que muitos europeus se preocupam mais em solucionar a crise na Ucrânia. Os europeus também temem que as armas caiam em mãos erradas ou que o aumento do poderio militar curdo provoque a desintegração do Iraque. Até agora a única unanimidade, diz o diário, é sobre a necessidade de enviar ajuda humanitária para os refugiados que chegam ao Curdistão.

Financiamento do Estado Islâmico

"O dinheiro do terror" é a manchete do tabloide popular Aujourd'hui en France. O jornal explica que, graças às conquistas, pilhagens e ataques, o Estado Islâmico reuniu um tesouro de guerra considerável e possui um arsenal maior do que o de qualquer outra organização terrorista.

Ninguém sabe ao certo quantos combatentes lutam sob o comando do líder Abu Bakr al-Baghdadi, mas estima-se que eles sejam entre 10 e 15 mil. A metade deles é iraquiana e ganhou experiência em combate ao lutar contra os americanos. Acredita-se ainda que haja entre dois e três mil europeus, muitos deles franceses. O recrutamento se dá em grande parte pelas redes sociais.

Em seu editorial, Aujourd'hui en France afirma que já era hora de a comunidade internacional reagir, pois nenhuma religião justifica a crueldade dos jihadistas.

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