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Fato em Foco

Premiê japonês busca ampliar negócios com Brasil

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Apenas uma semana depois de uma turnê do presidente chinês, Xi Jinping, pela América Latina, o premiê japonês, Shinzo Abe, aterrissou no continente para disputar território comercial com o vizinho. Abe, que desembarcou nesta quinta-feira no Brasil, foi criticado em casa por chegar atrasado. O jornal Asahi escreveu que ele "corre atrás" dos restos deixados pela China, que é hoje a principal parceira comercial de três importantes economias regionais: Brasil, Chile e Peru.

O premiê japonês, Shinzo Abe, em foto de 1° de julho
O premiê japonês, Shinzo Abe, em foto de 1° de julho Reuters/路透社
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Mas Shinzo Abe trabalha duro por uma nova onda de expansão internacional. Em 18 meses de governo, ele já visitou 47 países, mais do que o dobro de seus dois antecessores somados. O número é impressionante para qualquer país, mas ainda mais para o Japão, cuja instabilidade política e econômica das últimas duas décadas deixou pouco espaço para a política externa.

Pois Abe, que havia fracassado num primeiro mandato entre 2006 e 2007, conseguiu resolver as diputas dentro de seu partido e lançou um plano econômico ambicioso, que, entre outras medidas, desvalorizou o iene, encarando um problema crônico de deflação. Isso revigorou o mercado de consumo e restabeleceu a competitividade internacional das empresas japonesas. Resultado: o PIB do país voltou a crescer acima de 1%.

Oportunidade no Brasil

Apesar de ter sofrido uma baixa de popularidade no ano passado depois que decidiu expandir o papel das Forças Armadas, ele segue liderando com folga a lista de popularidade dos últimos premiês japoneses, com índice de aprovação próximo dos 50%.

Claro que a comunidade japonesa do Brasil, a maior fora do Japão, está animada com essa primeira visita em mais de uma década de um chefe do Estado do sol nascente ao país. Kihatiro Kita, presidente do Bunkyo, a Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social, acredita que esta é uma boa oportunidade para transformar em ações concretas a proximidade natural que existe por conta do enorme fluxo migratório entre os dois países.

Estudantes e empresários

"A expectativa é muito grande - e não só na área de negócios, mas também com relação à educação", observa Kita, que receberá o premiê em São Paulo neste sábado (2). Ele acredita que um dos grandes problemas que os dois países enfrentam é o fato de que não há um acordo que permita um amplo reconhecimento dos diplomas de estudantes brasileiros que concluem os estudos no Japão e vice-versa. "Acho que deveria ser acertado de uma forma que as universidades e o próprio governo reconheçam isso", pede, reconhecendo todavia que o foco principal da viagem são os negócios.

De fato, Shinzo Abe chega ao Brasil acompanhado de uma comitiva de 70 empresários, principalmente dos setores de energia e tecnologia. Ele procurará reforçar a presença das empresas japonesas no Brasil, mas também deve buscar assinar uma série de contratos na área energética. O Japão sofreu uma redução do abastecimento com a decisão de fechar as usinas nucleares domésticas depois do desastre de Fukushima, em 2011.

 

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