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Linha Direta

Obama se reúne com líderes da América Central para discutir imigração de menores

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O aumento drástico no número de menores desacompanhados que vêm da América Central em uma arriscada tentativa de tentarem a vida nos Estados Unidos obrigou o governo norte-americano a dar atenção para uma região e um problema que são, geralmente, negligenciados. Nesta sexta-feira (25), o presidente Barack Obama se reunirá na Casa Branca com os presidentes dos três países centro-americanos mais envolvidos nessa crise: El Salvador, Guatemala e Honduras.

Grupo de famílias de imigrantes ilegais guatemaltecos, entre eles, 13 crianças, foram deportados de Phoenix, no Estados Unidos à Guatemala, nesta terça-feira (22).
Grupo de famílias de imigrantes ilegais guatemaltecos, entre eles, 13 crianças, foram deportados de Phoenix, no Estados Unidos à Guatemala, nesta terça-feira (22). REUTERS/Jorge Dan Lopez
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Ligia Hougland, correspondente da RFI em Washington

O encontro mostra que a Casa Branca resolveu abrir os olhos para a região da América Central. Esta será a primeira vez, em mais de 15 anos, que um presidente americano recebe três líderes da região, Salvador Sánchez Cerén, de El Salvador, Otto Pérez Molina, da Guatemala e Juan Orlando Hernández, de Honduras.

No mês passado, o vice-presidente norte-americano Joe Biden realizou reuniões de emergência com Cerén, Molina e Hernández. O encontro de hoje é importante porque será uma oportunidade única de negociar um amplo compromisso entre os Estados Unidos e El Salvador, Guatemala e Honduras.

Os três presidentes da América Central estão em Washington preparados para se reunir não só com Obama mas, também, para buscar o apoio do Congresso. O objetivo é reavaliar as deportações e a política norte-americana de imigração e também pedir uma maior cooperação dos Estados Unidos para que ofereçam mais segurança e desenvolvimento econômico aos seus cidadãos, além de combater o narcotráfico.

Em uma entrevista coletiva, ontem, funcionários do alto escalão do governo norte-americano disseram que a Casa Branca vai pedir medidas específicas para que haja uma real cooperação, particularmente no caso do combate ao crime organizado e narcotráfico. Eles afirmam que, para isso, seria necessário mais envolvimento por parte dos três países.

57 mil crianças ilegais

Desde outubro passado, cerca de 57 mil crianças desacompanhadas e 55 mil adultos com crianças foram apreendidos na fronteira do México com os Estados Unidos. Apesar de a pobreza ter diminuído consideralvemente na América Central desde a década de 90, a metade das populações de El Salvador, Guatemala e Honduras ainda vivem em condições de pobreza.

Os governos desses países responsabilizam os Estados Unidos pelo aumento da imigração ilegal. O ministro das Relações Exteriores da Guatemala, Luis Fernando Carrera Castro, alega que os Estados Unidos perderam muita mão-de-obra barata do México nos últimos anos, o que resultou em uma demanda maior por cidadãos de outros países da região.

Além disso, representantes de El Salvador, Guatemala e Honduras apontam que há uma indústria que lucra com a imigração ilegal nos Estados Unidos, portanto, seria obrigação do governo norte-americano controlar essas atividades ilegais, ainda mais quando elas envolvem menores.

De acordo com as autoridades centro-americanas, muitos menores vivem em comunidades tão violentas por causa do narcotráfico na região que chegam a acreditar que vale o risco de cruzar a fronteira ilegalmente.

Acordos

Até o momento, a Casa Branca, não formalizou nenhum acordo sobre o problema. Mas Obama solicitou US$ 3,7 bilhões (R$ 8,2 bilhões) ao Congresso em fundos de emergência para combater a crise.

No entanto, a maioria republicana acredita que Obama é culpado por grande parte do problema, já que em 2012 ele determinou que alguns jovens imigrantes ilegais não fossem deportados. O presidente alegou que muito deles haviam chegado ao país quando eram crianças e não tinham ficha policial.

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