Após Copa, imprensa está preocupada com atrasos para Rio 2016

Após o sucesso da Copa do Mundo no Brasil, começa a preocupação com os preparativos dos Jogos Olímpicos do Rio em 2016. Esse é o tom de artigos em jornais franceses desta quarta-feira (16). Os diários ressaltam que a dois anos das Olimpíadas, grande parte das obras ainda está inacabada. A criação do Banco de Desenvolvimento e do fundo de reservas dos Brics durante a cúpula dos líderes do bloco no Brasil também é destaque na imprensa de hoje.

Logo oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016

Les Echos diz que o Brasil mal teve tempo de respirar após a final da Copa do Mundo da Fifa, que foi considerada um sucesso e calou as duras críticas antes do evento. O país já está com a cabeça em 2016. Embasada no sucesso da Copa, a equipe da presidente Dilma Rousseff alerta os adversários para evitar as criticas apressadas contra a organização dos Jogos Olímpicos no Rio, informa o diário econômico.

No entanto, os preparativos para as Olimpíadas de verão preocupam ressalta Les Echos. O jornal cita o presidente do CIO, Thomas Bach, para quem não há tempo a perder. Ao contrário da Copa, concentrada principalmente no Maracanã, as Olimpíadas acontecem em toda a cidade e o primeiro desafio é a mobilidade urbana. Ainda na lista de problemas estão o orçamento impreciso, inicialmente estimado em R$ 36 bilhões, a despoluição da Baia de Guanabara e obras que nem começaram, como a construção de um dos parques olímpicos.

Novas manifestações

Le Figaro afirma que a dois anos dos Jogos Olímpicos, a maioria das infraestruturas esportivas e de transporte público previstas não está pronta. O artigo diz que o Rio mostrou durante a Copa sua capacidade de receber bem os turistas do mundo inteiro, mas que até a prefeitura da cidade sabe que corre contra o relógio.

A cidade maravilhosa será a primeira da América do Sul a sediar uma Olimpíada. Ela deve receber 15 mil atletas, um público de até 7,7 milhões de pessoas, e está super atrasada. A única obra prevista pronta é o Maracanã, ironiza o jornal conservador que também faz uma lista de problemas. Além dos já citados pelo Les Echos, Le Figaro inclui ainda a questão da violência policial e prevê, como antes da Copa, manifestações nos próximos meses contra a organização dos Jogos no Rio.

Banco de Desenvolvimento e Fundo de Reservas dos Brics

Os Brics desafiam a hegemonia ocidental, avalia o Le Figaro após a criação das duas instituições financeiras durante a cúpula do grupo, ontem em Fortaleza. O jornal analisa que os Brics mostram uma coesão. Apesar da diferença entre as cinco potências emergentes que integram o bloco, o grupo afirma sua independência no cenário internacional. Le Figaro informa que a Cúpula dos Brics continua hoje em Brasília, com a participação dos chefes de Estado sul-americanos.