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Linha Direta

População de Tel Aviv é alvo de mísseis; Israel bombardeia Gaza

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Israel e Faixa de Gaza entram no segundo dia de um novo e violento confronto armado, que deixou ontem 28 mortos em Gaza e dois terços da população israelense em abrigos antiaéreos. O gabinete de segurança israelense autorizou a convocação de 40 mil reservistas, além dos 1.500 que já haviam sido alistados. O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, acusou Israel de ter realizado “massacres” e decretou: “todos os israelenses se transformaram, agora, em alvos legítimos”.

Vinte e oito palestinos morreram nesta terça-feira (8) na Faixa de Gaza nos bombardeios lançados por Israel.
Vinte e oito palestinos morreram nesta terça-feira (8) na Faixa de Gaza nos bombardeios lançados por Israel. REUTERS/Majdi Fathi
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Daniela Kresch, correspondente em Tel Aviv

Esse confronto já estava sendo anunciado há semanas, desde que Israel deteve centenas de militantes do movimento islâmico Hamas, na Cisjordânia, nas buscas a três jovens israelenses que haviam sido sequestrados na região. Os adolescentes foram encontrados mortos e Israel apontou para dois militantes do Hamas como culpados.

O grupo islâmico reagiu às prisões de seus militantes lançando dezenas de bombas, entre foguetes e morteiros, contra o sul de Israel. Foram 30 ou 40 bombas em média por dia, durante mais de duas semanas, levando um milhão e meio de israelenses a terem que correr para abrigos antiaéreos assim que soava uma sirene.

Os lançamentos foram aumentando ao mesmo tempo em que Israel começou a retaliar com ataques da força aérea contra Gaza. Todos já imaginavam que as hostilidades eventualmente levariam a mais uma guerra, como aconteceu em novembro de 2012 e no final de 2008.

Na madrugada de terça-feira (8), Israel iniciou a operação “Limite Protetor”, a maior ação israelense na Faixa de Gaza desde 2012. Até o fim do dia, a força aérea israelense tinha atacado cerca de 235 alvos do Hamas em Gaza, além de alvos de outras facções extremistas.

Palestinos mortos

Com a morte de um palestino na manhã desta quarta-feira (8) subiu para 29 o número de vítimas dos bombardeios israelenses em 24 horas. Sete palestinos mortos, incluindo quatro crianças, eram de uma mesma família, que teria vínculos com o Hamas.

O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, acusou Israel de ter realizado “massacres” e decretou: “todos os israelenses se transformaram, agora, em alvos legítimos”.

Hoje, há informações sobre novos ataques em Gaza, entre eles contra um militante do Hamas que estava numa motocicleta.

Temor em Tel Aviv

Pelo menos três mísseis foram interceptados esta manhã acima de Tel Aviv pelo sistema antiaéreo Domo de Ferro. Um outro míssil caiu no meio da cidade de Ness Tziona, a 50 quilômetros de Gaza.

Ontem, os palestinos lançaram 160 projéteis contra Israel entre mísseis iranianos fajr, de longo alcance, foguetes qassam e grad, de médio alcance, e morteiros, de curto alcance. Novos tipos de mísseis também foram usados, como os modelos M-75 e R-160. Um deles caiu na cidade de Hedera, a 115 quilômetros de Gaza. Seis pessoas ficaram feridas e 42 foram tratadas por pânico.

As sirenes alertam dia e noite para o risco de bombas. Dois terços da população de Israel, cerca de 4,5 milhões de pessoas, estão grudados nas telas de TV e do lado de abrigos antiaéreos, de sobreaviso. Em alguns lugares, aulas e eventos com muita gente, como casamentos e aniversários, estão sendo cancelados.

Carta à ONU

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, decidiu acusar apenas Israel pela escalada da violência, sem citar os ataques do Hamas ao país. Os palestinos enviaram uma carta à ONU pedindo uma reunião de emergência do Conselho de Segurança.

Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está “no auge de uma campanha para devolver a calma” para os cidadãos do país e que, por isso, ele ordenou “uma expansão significativa das ações do exército contra os terroristas do Hamas”. Segundo ele, todos os esforços foram feitos para a restauração da calma, mas o Hamas é que teria escolhido a guerra.

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