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Linha Direta

Fora da Copa, China lucra mais com o Mundial que o Brasil

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A China não conseguiu se classificar para a Copa do Mundo no Brasil, mas o país tem tudo para sair ganhando no plano econômico com esse evento internacional. Os produtos chineses invadiram o Brasil. Dos enfeites temáticos à bola que rola em campo, os benefícios comerciais parecem estar do lado da China. O fluxo comercial entre os dois países saltou de US$ 6,6 bilhões, em 2003, para US$ 90 bilhões, apenas dez anos depois. Hoje, a China já desbancou os Estados Unidos e se estabelece como o principal parceiro do Brasil.

A maioria dos produtos derivados da Copa do Mundo foram fabricados na China.
A maioria dos produtos derivados da Copa do Mundo foram fabricados na China. REUTERS/China Daily
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Luiza Duarte, correspondente da RFI em Hong Kong

Desde 2002 os chineses não participam de uma Copa do Mundo, mas a China está presente no Mundial do Brasil com os milhares de produtos fabricados no país. Dentre os principais artigos que levam a etiqueta "made in China" está o mascote Fuleco, fabricado por uma empresa em Hangzhou, na província de Jiangsu, na costa leste. A licença concedida pela Fifa a essa companhia também garante a produção do tatu-bola de pelúcia, bonecos, chaveiros e acessórios para carros.

Em Shenzhen, cidade vizinha a Hong Kong, está localizada uma das duas fábricas do mundo que ganharam o contrato para a produção da estrela da competição, a indispensável bola oficial da Copa no Brasil, a Brazuca. A segunda fica no Paquistão.

Nem a taça da Copa ficou de fora: o modelo básico e edições comemorativas do troféu estão sendo produzidos pela chinesa Dongguan Wagon, líder no setor. Junto com outras empresas, três fabricantes chineses foram escolhidos para fornecer os placares de diversos estádios no Brasil. Dois deles estão localizados em Shenzhen.

Decoração, energia e transporte

Boa parte dos artigos de decoração e lembrancinhas, que evolvem uma grande lista de produtos, além de perucas, bandeiras e echarpes dos times que estão em campo, saíram da China e atravessaram o mundo para chegar às lojas e aos camelôs brasileiros. A Yiwu, um dos principais fabricantes de bandeiras, enviou para o Brasil 1,25 milhão de artigos esportivos no primeiro trimestre, o que representa um aumento de 41,7% em relação ao ano passado.

A China também fornece energia e transporte nessa Copa. A China's Yingli Green Energy é a única empresa chinesa entre os oito patrocinadores oficiais do evento esportivo mais assistido do mundo. A companhia forneceu 27 conjuntos de painéis solares para garantir parte da iluminação de estádios e centros de mídia. A China também é a responsável por produzir os trens elétricos e ônibus híbridos, que estão sendo usados para agilizar o transporte nas cidades sedes da Copa.

Segundo a agência de notação Moody's, a Copa do Mundo deve dar apenas um impulso "de curta duração" à economia brasileira, nos setores de alimentos e bebidas, hospedagem, transmissão de TV, publicidade e locação de carros. A agência americana minimiza o impacto positivo da Copa do Mundo de 2014 na economia do Brasil. Por outro lado, a Moody's afirma que a China tem se beneficiado mais que o país anfitrião e isso sem ter precisado fazer grandes investimentos. O setor manufatureiro chinês é o que deve faturar mais, graças à força de trabalho qualificada e barata, e à forte rede de fornecedores de materiais e de infraestrutura.

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