Netanyahu pede ajuda de Abbas para encontrar adolescentes sequestrados
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Nesta segunda-feira, o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu a ajuda do presidente palestino Mahmoud Abbas para encontrar os três adolescentes israelenses seqüestrados na última quinta-feira (12) na Cisjordânia ocupada. A conversa telefônica, confirmada pelos dois corpos diplomáticos, é o primeiro contato político direto entre os dois dirigentes desde 2012.
“Espero poder contar com sua ajuda para recuperar os adolescentes seqüestrados”, disse o premiê. “Os seqüestradores vieram de uma região controlada pela Autoridade Palestina e voltaram para essa área depois”, afirmou.
Acusações
O governo palestino já se isentou da responsabilidade pelas zonas que estão fora de seu controle securitário e que são ocupados por dezenas de colônias israelenses na Cisjordânia. De acordo com a imprensa israelense, os três jovens, dois de 16 anos e um de 19, foram seqüestrados perto do Gush Etzion, um bloco de colônias situado entre as cidades palestinas de Belém e Hebron, uma zona inteiramente sob controle civil e militar de Israel.
Logo depois do rapto, Netanyahu havia acusado a Organização de Libertação da Palestina (OLP) de responsabilidade no crime, que ele atribui ao Hamas. Israel tem denunciado frequentemente o acordo de reconciliação assinado em 23 de abril entre a OLP, dirigida por Habbas, e o movimento islâmico palestino. Foi deste acordo que nasceu o governo de união palestino, apoiado pelo Hamas, mas composto por personalidades independentes.
Ajuda papal
O sequestro acontece uma semana depois de uma oração tripla pela paz que reuni, no Vaticano, o papa Francisco e os presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. “Apesar de toda a boa vontade demonstrada por Peres, Abbas e o papa Francisco, a realidade concreta e cruel do oriente médio superou o aperto de mão no Vaticano”, afirma a correspondente da RFI em Tel-Aviv, Daniela Kresch.
De acordo com ela, o desaparecimento dos jovens “acabou de vez com o restinho de boa vontade entre israelenses e palestinos, que já estava abalada desde a suspensão das negociações de paz, em abril”. A troca de acusações tomou conta dos diálogos.
Para ouvir toda a conversa com a correspondente Daniela Kresch, clique no link acima.
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