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Linha Direta

Ausente no G7, Putin é o centro das atenções de reunião em Bruxelas

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Os líderes do G7 encerram nesta quinta-feira (5), em Bruxelas, uma reunião de dois dias na qual fazem um balanço da situação econômica mundial, discutem estratégias para melhorar a segurança energética e ações de desenvolvimento na África. Ontem, no primeiro dia do encontro, realizado sem Vladimir Putin, o G7 tratou da agenda política internacional e especialmente da crise na Ucrânia.

O presidente americano Barack Obama, o presidente francês François Hollande, o premiê canadense Stephen Harper, o premiê italiano Matteo Renzi, o premiê japonês Shinzo Abe e a chanceler alemã Angela Merkel durante a cúpula do G7 em Bruxelas.
O presidente americano Barack Obama, o presidente francês François Hollande, o premiê canadense Stephen Harper, o premiê italiano Matteo Renzi, o premiê japonês Shinzo Abe e a chanceler alemã Angela Merkel durante a cúpula do G7 em Bruxelas. REUTERS/Laurent Dubrule
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Da correspondente da RFI em Bruxelas

Putin foi afastado do grupo devido à intervenção de Moscou na crise na Ucrânia. Essa é primeira vez em 17 anos que a Rússia não participa de uma Cúpula do G7.

Inicialmente, a reunião ocorreria no balneário russo de Sochi, mas depois da anexação da península da Crimeia por Moscou, o local da reunião mudou e Putin foi retirado da lista de convidados.

A exclusão, entretanto, parece não incomodar o presidente russo. Moscou tem feito questão de demonstrar ao Ocidente que, no momento, prefere privilegiar suas relações com a Ásia, principalmente com a China. No mês passado, os russos assinaram um acordo para o fornecimento de gás com Pequim, além de terem ajudado a criar União Econômica Euroasiática.

Isolamento relativo

O isolamento do líder russo pelos ocidentais é, porém, relativo. A presença de Putin nas comemorações do Desembarque dos aliados na Normandia prova que ele não está tão isolado assim. Estão previstas reuniões de Putin com o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

Um dos fatores que explicam esse afastamento parcial é a dependência energética da Europa do gás russo. Na semana passada, um relatório da Comissão Europeia mostrou que o bloco passaria frio no próximo inverno sem o gás vindo da Rússia. A curto prazo, não existem alternativas viáveis a essa energia.

Quanto aos americanos, os Estados Unidos tentam manter abertas as conversas com Moscou porque podem precisar da cooperação com a Rússia em relação ao Irã e outros países do Oriente Médio. Isso explicaria a relutância de Barack Obama em apoiar um conflito com a Rússia.

O preço de ter um conflito aberto com Moscou é que as possibilidades de apoio do Kremlin praticamente desapareceriam. Outro motivo de não aumentar o envolvimento nessa crise seriam os custos.

Aumento da pressão

Internamente, Obama enfrenta pressões dos republicanos a ser mais enfático contra a Rússia. O senador John McCain sugere o envio de armas para a Ucrânia.

Enquanto isso, novas sanções para atingir a economia russa deverão ser decididas na próxima reunião dos chefes de Estado e governo da União Europeia, nos dias 26 e 27 de junho. Ontem, após o jantar de trabalho, os líderes do G7 afirmaram que estariam prontos a intensificar as sanções se a tensão na Ucrânia não diminuir.
 

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