Neste domingo, começou o último e mais intenso seminário de preparação dos árbitros que vão apitar os jogos da Copa do Mundo. Durante 10 dias, os juízes vão acertar os detalhes de padronização de arbitragem, afinal 43 nacionalidades estarão representadas. O treino ocorre poucos dias depois de a Fifa reconhecer a ameaça de manipulação de resultados dos jogos.
O chefe de segurança da Fifa, Ralf Mutschke, afirmou que alguns árbitros e jogadores foram contatados por pessoas interessadas em “comprar” resultados de partidas da Copa do Mundo. Para Marco Martins, presidente da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (Anaf) do Brasil, esse risco é pequeno.
“Eu não acredito nesse tipo de possibilidade, uma vez que a Copa do Mundo é um torneio de muita exposição. O fato de a Fifa ter divulgado essa informação mostra que faz parte do procedimento dela, de estar sempre de olho não só na Copa do Mundo, como em todas as competições”, afirma. “É muito difícil a aproximação dos atletas nesse nível de competição.”
Martins admite a ocorrência do problema no Brasil, mas explica que os juizes de futebol “são seres humanos, passíveis a pressões”. “Estamos de olho e se isso ocorrer, qualquer tipo de desvio de conduta, a gente denuncia à CBF [Confederação Brasileira de Futebol] à Comissão de Arbitragem, que tomam as providências necessárias.”
Tecnologia a serviço do futebol
Outro aspecto que envolve a preparação dos juízes é o uso das tecnologias no futebol. Pela primeira vez, essa Copa vai usar o chamado “chip na bola”, usado para confirmar um gol quando não se tem certeza se a bola cruzou a linha. Com ajuda de sensores nas traves, o dispositivo emite um sinal aos árbitros cada vez que houver gol.
O presidente da Anaf admite que, como admirador do futebol, tem suas dúvidas sobre a tecnologia. Mas não nega que a técnica facilita o trabalho do juiz. “Tudo que pode ajudar a arbitragem é benéfico. É humanamente impossível para um arbitro controlar tudo o que acontece dentro do campo. Com a tecnologia que tem hoje, eles conseguem filmar até a formiga do gramado”, brinca.
Árbitro brasileiro
O seminário da Fifa acontecerá no Rio de Janeiro e termina dois dias antes do jogo de abertura da competição, 12 de junho, com o duelo entre Brasil e Croácia, no Itaquerão, em São Paulo. Na Copa, o Brasil terá com um árbitro, Sandro Meira Ricci, e dois assistentes, Emerson de Carvalho e Marcelo Van Gasse. Sandro Ricci está em concentração para assumir a tarefa, e Marco Martins relata que ele é um dos melhores juízes de futebol do país.
“É um árbitro extremamente bem preparado, que vem se preparando há três ou quatro anos para a Copa. Acho que ele terá uma participação muito boa na Copa do Mundo, porque fala quatro idiomas”, diz. “O sonho de todo o árbitro é chegar na Fifa e depois apitar uma Copa do Mundo.”
No total, 25 trios de arbitragem foram selecionados para a Copa. Pela primeira vez, não haverá nenhum francês.
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