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imprensa francesa

Reportagem do Libération mostra atividades do Boko Haram no nordeste da Nigéria

O jornal Libération publica nesta quinta-feira (29) uma reportagem exclusiva sobre o grupo terrorista islâmico Boko Haram. O jornal enviou a repórter Sophie Bouillin a Maiduguri, cidade sede do Boko Haram no nordeste da Nigéria.

O jornal francês 'Libération' traz reportagem exclusiva sobre os terroristas do Boko Haram.
O jornal francês 'Libération' traz reportagem exclusiva sobre os terroristas do Boko Haram. Reprodução
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A repórter constatou que os terroristas do Boko Haram vivem ao redor de Maiduguri, capital do estado de Borno. Depois de sofrer uma série de ataques da seita radical islâmica, visando tanto cristãos quanto muçulmanos, o governador de Borno, Kashim Shettima, tomou a decisão de recrutar 30 mil civis para formar milícias e defender a cidade. Isso aconteceu no ano passado, num momento em que os moradores nem ousavam mais sair nas ruas. A segurança melhorou um pouco, mas nem por isso o Boko Haram deixou de promover atentados e recentemente o sequestro de 200 estudantes. "O grupo terrorista desafia há anos um Estado corrompido e falido, apesar de rico em petróleo e minério", explica o Libération.

Moradores de Maiduguri dizem que as estudantes são mantidas reféns em acampamentos do Boko Haram situados numa floresta próxima da cidade. Desde que as milícias expulsaram os extremistas do centro urbano, eles passaram a atacar vilarejos do interior, como Chibok, onde ficava a escola incendiada das meninas. Os militantes islâmicos também atravessam as fronteiras e promovem atentados nos vizinhos Tchade, Níger e Camarões.

Berço do Islamismo na África

A região de Borno é considerada o berço do islamismo africano. O fundador do Boko Haram, Mohamed Yusuf, é descrito como um homem educado e carismático, que ganhou popularidade denunciando a corrupção no alto escalão civil e militar do Estado. Ele dizia que as elites nigerianas tinham sido corrompidas pelos valores ocidentais, principalmente a educação. Daí o grupo se chamar Boko Haram, que na língua local significa "a educação ocidental é um pecado". Yusuf foi assassinado em 2009 pelo Exército. Foi nesse momento que o atual líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, assumiu as rédeas do movimento.

Miséria alimenta o terrorismo

Ouvido pelo Libération, o presidente do vizinho Níger diz que a pobreza é o principal aliado do terrorismo. Mahamadou Issoufou afirma que, a curto prazo, só a resposta militar pode enfraquecer o Boko Haram. Mas ele adverte que a longo prazo é preciso combater os problemas econômicos e sociais da região.

O governador de Borno alerta que o Boko Haram não pode ser comparado ou associado à Al Qaeda. "Os militantes da seita não têm a intenção de promover a guerra santa. "São ladrões, assassinos, que praticam uma versão própria do islamismo e sobrevivem do rapto de mulheres e jovens recrutas", diz o governador. "Ninguém entende o que eles querem, sabemos apenas quem os financia. Uma parte do dinheiro e das armas vem da Líbia", afirma o governador.

Segundo a reportagem do Libération, o governo nigeriano está negociando a libertação das estudantes.
 

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