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França/Economia

Crescimento nulo na França revela fracasso do modelo socialista, diz Le Figaro

O crescimento nulo da França no primeiro trimestre do ano e as novas diretrizes do governo socialista para controlar os investimentos estrangeiros no país são os principais destaques da imprensa francesa desta sexta-feira (15).

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Crescimento parado, consumo e investimentos em baixa, assim como as exportações. Os dados divulgados nesta quinta-feira pelo instituto de estatísticas da França são uma ducha de água fria para o governo de François Hollande, escreve o jornal Le Figaro, comentando que a previsão de crescer 1% este ano virou uma ilusão.

Em editorial, o diário conservador disse que esse desempenho nulo da economia francesa sanciona uma política desconectada da realidade e altamente contraproducente. As medidas dos socialistas só produziram grandes estragos até agora, avalia o jornal.

Atualmente, a França é um país onde ninguém consome nem investe e só um milagre fará o governo atingir seus objetivos. E os parceiros europeus estão desesperados com a inércia da França, alerta Le Figaro.

Meta de crescimento ficou mais difícil

O diário Les Echos também considera que será muito difícil para a França manter sua previsão de crescer 1% em 2014 e adianta que o plano do governo de reduzir seu déficit, apresentado a Bruxelas, já está comprometido.

Em editorial, Les Echos diz que a retomada da economia prometida por Hollande não se confirma e os números deixam evidente que o método do governo socialista está errado.

A política de apoio às empresas e o anúncio de uma grande reforma estrutural administrativa estão no bom caminho e são corajosos, avalia o jornal econômico. O problema é que até se converter em resultados concretos, há um período de incertezas que faz com que os franceses não gastem dinheiro e as empresas não invistam. Ou seja, a economia vive uma fase de estresse, na análise de Les Echos.

Maior controle de investimentos externos na França

Um decreto assinado nesta quinta-feira pelo primeiro-ministro, Manuel Valls, e pelo ministro da Economia, Arnaud Montebourg, prevê maior controle de investimentos externos na França em nome do "patriotismo econômico". O documento amplia os setores estratégicos em que investimentos estrangeiros terão que obter uma autorização especial do governo, incluindo, por exemplo, o setor da energia.

O jornal Aujourd'hui en France considera uma vitória pessoal do ministro Arnaud de Montebourg que ela tenha conseguido, depois de várias derrotas dentro do governo, adotar um instrumento para defender os interesses franceses, como no caso da venda da Alstom. A gigante francesa de energia é cobiçada pela americana General Electric, mas o governo francês prefere vendê-la para a alemã Siemens.

O diário questiona se essa é uma tentação protecionista ou manobra política, já que o decreto foi adotado a 10 dias das eleições europeias e pode ser entendido como um sinal para o desmobilizado eleitorado de esquerda.

A Comissão Europeia vai analisar de perto o texto para verificar se se trata de uma legítima defesa dos interesses nacionais, o que é legal, ou se é uma medida desproporcional que se transformará em puro protecionismo, o que o bloco não permite.

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