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Linha Direta

Assassinato de vereadora afeta campanha eleitoral europeia na Espanha

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A campanha para as eleições europeias na Espanha foi abalada pelo assassinato de uma vereadora da prefeitura de Leon, no norte do país. Isabel Carrasco foi baleada na segunda-feira (12) quando se dirigia à sede regional do conservador Partido Popular.

Captura vídeo Isabel Carrasco, representante do governo espanhol na província de León, Espanha e presidente do Partido Popular (PP) na região, que foi assassinada neste 12 de maio de 2014.
Captura vídeo Isabel Carrasco, representante do governo espanhol na província de León, Espanha e presidente do Partido Popular (PP) na região, que foi assassinada neste 12 de maio de 2014. euronews
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Fina Iñiguez, correspondente da RFI Brasil em Barcelona

O assassinato de Isabel Carrasco chocou um país que não estava mais acostumado ataques violentos contra políticos desde que o ETA, o grupo separatista basco, deixou de cometer atentados há mais de quatro anos.

Isabel Carrasco era presidente do conservador Partido Popular, que governa o país em León, era também vereadora da prefeitura e presidente do conselho provincial da cidade. Ela tinha ainda outros corgos –até doze- e era muito criticada por essa acumulação. A vereadora era muito conhecida na região da Castela-León onde fez uma carreira política de cerca de 30 anos.

Motivo do crime

Tudo indica que o assassinato foi uma “vingança pessoal” envolvendo duas mulheres, que eram a esposa e filha do chefe da polícia local. A filha, que trabalhou com Isabel Carrasco na prefeitura, foi despedida em 2011 e atravessa sérios problemas econômicos. Ela era também militante do Partido Popular e estava na lista do partido nas eleições de 2007.

As duas mulheres foram detidas pouco depois de atirar na vereadora. De acordo com fontes policiais, o assassinato teria sido cometido pela mãe.

Comentários nas redes sociais

O assassinato da líder conservadora invadiu as redes sociais não só de comentários de condolências de todos os partidos, mas também de post debochados e de mal gosto que justificavam o assassinato, provocando reações de todo tipo.

O ministro do interior, Jorge Fernández Díaz, abriu uma investigação policial para penalizar as comentários consideradas “injuriosos”, principalmente no 'Twitter'. A declaração foi criticada por ser considerada uma intromissão na liberdade de expressão.

Repercussão política

Houve críticas também ao tratamento político da notícia. Em plena campanha para as eleições europeias de 25 de maio, todos os partidos suspenderam os comícios políticos previstos nesta terça (13) em sinal de luto e de respeito à família de Isabel Carrasco.

Um dos eventos mais esperados, o debate entre os candidatos do conservador Partido Popular, Miguel Arias Cañete, e do Partido Socialista, Elena Valenciano, foi também adiado para esta quinta-feira a pedido do Partido Socialista (PSOE), fato que contrariou os conservadores que não tinham intenção de cancelar o debate.

Alguns setores sociais criticaram o tratamento político do assassinato, apesar de lamentar a morte de Isabel Carrasco. Eles pediram igualdade de tratamento e consideração aos partidos, que nunca suspenderam campanhas políticas quando pessoas se suicidam depois de serem despejadas de suas casas ou de perderem o emprego.

Clima antipolítico

Todas essas repercussões sinalizam um clima antipolítico generalizado na Espanha devido à crise e aos escândalos de corrupção.

De acordo com uma pesquisa recente do Centro de Investigações Sociológicas (CIS), a Espanha é, junto com Portugal e Grécia, um dos países mais pessimistas da União Europeia em relação à situação econômica. E não é para menos: com 25% de desempregados, cerca de 2 milhões de famílias em que nenhum dos membros trabalha, cortes em saúde, educação, assistência social e casos de corrupção atingindo a maioria dos partidos, é difícil ser otimista.

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