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Linha Direta

UE rejeita referendo separatista e deve anunciar novas sanções à Rússia

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Apesar da vitória declarada pelos separatistas pró-russos, a União Europeia diz não reconhecer os resultados dos referendos realizados nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia. Enquanto Bruxelas se prepara para adotar mais sanções contra a Rússia, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, desembarca em Kiev nesta segunda-feira(12).

O presidente da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Didier Burkhalter, chega à reunião em Bruxelas neste 12 de maio de 2014.
O presidente da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Didier Burkhalter, chega à reunião em Bruxelas neste 12 de maio de 2014. REUTERS/Francois Lenoir
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Leticia Fonseca, correspondente da RFI Brasil em Bruxelas

Como era de se esperar, a Europa voltou a condenar a realização dos referendos que, segundo os separatistas, devem decidir sobre a cisão das regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, de Kiev.

A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, declarou que os referendos foram ilegais e seus resultados não serão reconhecidos pelo bloco europeu. Bruxelas acredita que a falta de legitimidade democrática da votação só irá agravar ainda mais a situação no país. O presidente francês François Hollande também reagiu e disse que “a única eleição válida será a do dia 25 de maio, que vai escolher o presidente de toda a Ucrânia, a única autoridade legítima do país”. Segundo a Comissão Eleitoral dos pró-russos, quase 90% dos eleitores de Donetsk votaram a favor da independência da Ucrânia. Os resultados do referendo de Lugansk ainda não foram divulgados, mas deverão ser semelhantes aos registrados em Donetsk.

Novas sanções ainda poupam a Rússia

É esperado, sim, que os ministros das Relações Exteriores anunciem nesta segunda-feira novas sanções contra a Rússia, mas deverão ser medidas modestas, não as temidas punições para atingir a economia russa. Hoje, os ministros pretendem enviar um recado claro para Moscou de que não aceitam nem reconhecem o resultado dos referendos. Provavelmente, as novas sanções devem visar os responsáveis pelo recente sequestro dos observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Muitos países do bloco ainda temem em abalar as relações comerciais com os russos, porém, vale lembrar que, recentemente, Paris e Berlim afirmaram que se a Rússia impedir a realização das eleições presidenciais na Ucrânia, a Europa estaria pronta para elevar o nível das sançõe e passar para a chamada “fase três”, com medidas mais radicais, cujo objetivo seria atingir setores da economia russa, como as empresas de energia, defesa e finanças.

Presidente do Conselho Europeu em Kiev

Sem dúvida, a visita de Herman Van Rompuy a Kiev é um sinal de engajamento da União Europeia na crise ucraniana e é, sobretudo, um gesto de apoio às próximas eleições presidenciais no país.

Van Rompuy afirmou que sua viagem à Kiev tem um triplo objetivo: continuar as discussões sobre como estabilizar a situação na Ucrânia, colocar um fim na espiral de violência e fomentar o diálogo nacional. Como presidente do Conselho Europeu, Van Rompuy representa os 28 países da UE mas vale lembrar que dentro do bloco há opiniões diferentes quanto às sanções contra a Rússia. A Europa quer que a OSCE envie observadores para as eleições de 25 de maio na Ucrânia, mas a questão da segurança desses observadores ainda está indefinida.

Gás natural e crise

Desde abril passado, quando a empresa estatal russa de gás natural Gazprom anunciou o fim do desconto no gás vendido à Ucrânia e elevou o preço do produto em mais de 40%, a questão energética tem causado enorme preocupação. Cerca de 50% do gás consumido na Ucrânia é vendido pela Rússia.

As negociações, com a intermediação da União Europeia, começaram neste mês de maio. Hoje será a segunda rodada de negociações entre os representantes de Bruxelas, Ucrânia e Rússia. A Rússia tem ameaçado cortar o fornecimento de gás para a Ucrânia em julho se não receber pré-pagamento do país.

Nesta terça-feira (13), o primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, desembarca em Bruxelas para discutir detalhes do plano de ajuda financeira de €11 bilhões com a Comissão Europeia. Certamente, parte dessa verba será destinada ao pagamento do gás russo.

 

 

 

 

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