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Extrema-direita é favorita nas eleições europeias na França

A imprensa francesa desta quarta-feira (7) analisa a entrevista concedida ontem (6) pelo presidente francês, François Hollande, para marcar os dois anos de sua eleição. Os jornais dão destaque para o possível adiamento das próximas eleições regionais francesas para acelerar a reforma territorial. Alguns diários lamentam que as eleições europeias, que devem confirmar o avanço da extrema-direita no país, quase não foram abordadas na entrevista do presidente. O partido de Marine Le Pen é favorito na França, escreve o Aujourd’hui en France.

A presidente do partido francês Frente Nacional, Marine Le Pen.
A presidente do partido francês Frente Nacional, Marine Le Pen. REUTERS/Benoit Tessier
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Pesquisa publicada pelo Aujourd'hui en France revela que as eleições europeias do próximo dia 25 de maio dariam, na França, vitória ao partido de extrema-direita Frente Nacional. Depois de ter surpreendido nas eleições municipais de março, quando venceu em 12 prefeituras, o partido de Marine Le Pen pode voltar a impressionar ao se impor como o principal partido francês no Parlamento Europeu. A sondagem confirma o avanço da Frente Nacional nas pesquisas. A legenda lidera as intenções de voto com 22%. Em segundo lugar vem o partido conservador UMP, com 21%, e em terceiro o Partido Socialista, do presidente Hollande, com 17%.

Polêmica reforma territorial

Aujourd'hui en France explica que a reforma territorial proposta pelo governo vai provocar um verdadeiro big-bang político e administrativo no país. Visando economias, o objetivo é reduzir, em até 50%, o número as atuais 22 regiões francesas.

Libération revela que Hollande começou seu mandato há dois anos contrário a essa redução, mas mudou completamente de ideia e, ontem, surpreendeu ao anunciar que quer acelerar a reforma, defendida pelo novo primeiro-ministro Manuel Valls. Mais do que isso, o presidente lançou uma bomba ao propor, para facilitar a implementação da reforma, um eventual adiamento das próximas eleições regionais. A votação, prevista inicialmente para 2015, poderia acontecer em 2016.

Críticas da oposição

A oposição de direita, claro, foi a primeira a denunciar essa possível mudança do calendário eleitoral. Todos os jornais publicam a indignação do presidente do UMP, Jean-François Copé, que acusa Hollande de "adulterar" o calendário para evitar uma nova derrota dos socialistas nas urnas.

O jornal conservador Le Figaro também critica o projeto da esquerda e lembra que a maioria das regiões e departamentos franceses são dirigidos atualmente por políticos do PS, o que dificulta a aplicação da reforma. Esses líderes regionais do PS têm reservas em relação às supressões anunciadas. Hollande corre o risco de aumentar a distância entre ele e o socialismo local, alerta o jornal conservador.

Combate ao desemprego

Na entrevista, Hollande disse que reduzir o desemprego na França continua sendo sua "obsessão". Les Echos de hoje traz algumas pistas para esse combate presidencial. O jornal econômico explica em sua manchete como criar um milhão de empregos em cinco anos.

Os setores mais atrativos são pesquisa, consultoria, novas tecnologias, distribuição e construção civil. Mas a criação de empregos necessita reformas importantes, como a abertura do comércio aos domingos e à noite, que encontram forte resistência de sindicatos franceses, aponta o jornal.

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