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Linha Direta

Francisco reza missa em português em homenagem a José de Anchieta

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Depois da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, o Papa Francisco voltará a rezar uma missa em português nesta quinta-feira (24). Desta vez, contudo, será no coração do centro histórico de Roma, em uma ocasião especial para o pontífice: agradecer pela canonização de São José de Anchieta.

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Por Rafael Belincanta, correspondente da RFI Brasil em Roma

Além de rezar em português, o Papa Francisco também vai sair do Vaticano. A missa acontece na Igreja de Santo Inácio, um santo jesuíta, assim como Francisco e o terceiro santo “brasileiro”, São José de Anchieta. Quer dizer, papa Francisco vai se sentir em casa. E vai poder matar a saudade do povo brasileiro que, segundo ele, “roubou seu coracao” durante a jornada do Rio de Janeiro. A missa será exclusiva aos brasileiros, que poderão acompanhar Francisco e apreciar a nova imagem oficial de Sao José de Anchieta, retratado jovem, nas areias do litoral paulista, enquanto escrevia seu famoso poema a Nossa Senhora.

Homenagem à canonização

Simbolicamente, a missa desta quinta-feira é um agradecimento pela canonização de Anchieta, que já aconteceu no dia 3 de abril. Papa Francisco assinou o decreto que tornou Anchieta santo sem a necessidade de comprovação de um milagre: esse processo se chama canonização equipolente e se baseia na difusão do culto ao santo, devidamente comprovado no Brasil inteiro, assim como em Portugal e nas Ilhas Canárias, onde Anchieta nasceu. Além disso, para ser declarado santo, a Congregação para a Causa dos Santos também confirmou a fama de santidade ininterrupta de Anchieta, com milhares de graças alcançadas por seus fiéis.

Polêmica sobre indígenas

José de Anchieta morreu no seculo XVI e muitos são os críticos sobre sua atuação com os índios no Brasil. Mas para o Vaticano, ele foi um exemplo de santo para os jovens. Bento XVI, em 2012, recordou Anchieta como sendo um jovem “que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo”.

O vice-postulador da causa de canonização de Anchieta, padre Cesar Augusto dos Santos, reitera que Anchieta foi um grande defensor das populações indígenas, lutando por seus direitos e contra a escravização dos índios por parte dos portugueses e outros colonizadores. Destaca ainda o episódio no qual Anchieta se ofereceu como refém aos índios Tamoios, que batalhavam ao lado dos franceses contra os Tupis, que lutavam com os portugueses, para que os conflitos tivessem um fim.

Canonização

A causa demorou exatamente 417 anos. Anchieta é o terceiro santo ‘brasileiro’, entre aspas, porque nasceu na ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, na Espanha. Jovem, foi para Portugal e depois para o Brasil. Anchieta entra no rol dos santos brasileiros ao lado de Santa Madre Paulina e Santo Antonio de Sant’Anna Galvão, o Frei Galvão.

Em 1980, foi beatificado por Joao Paulo II. No ano passado, após a eleição de Papa Francisco, os bispos do Brasil pediram que o papa canonizasse Anchieta. A indicação da Cúria Romana foi para que o processo mudasse de rumo e, ao invés de tentar comprovar um segundo milagre, mostrasse que a devoção a Anchieta era tamanha que ele poderia ser canonizado por sua fama de santidade. De fato, a postulação da causa reuniu milhares de depoimentos de fiéis em todo o Brasil, que foram determinantes para que Anchieta se tornasse santo.

 

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