Associação francesa ajuda pessoas a se vestirem antes de entrevista de emprego

Um grupo de três jovens criou uma associação original em Paris para ajudar na reinserção profissional de quem está em busca de um emprego. A ideia : vestir os candidatos antes de uma entrevista.

Nicolas Gradziel, Yann Lotodé e Jacques-Henri Strubel, os jovens da associação A Gravata Solidária T. STIVANIN

Nicolas Gradziel, Yann Lotodé e Jacques-Henri Strubel são três jovens franceses de classe média récem-formados em Administração de Empresas, com um futuro promissor pela frente.

Mas em vez de enviar currículos para grandes corporações, os três jovens decidiram investir na economia solidária, criando em Paris uma associação para lá de original : a Cravate Solidaire, ou Gravata Solidária em tradução livre, que tem por objetivo ajudar na inserção profissional dos desempregados, os ensinando a se vestir corretamente para uma entrevista de emprego.

Um momento crucial para quem está em busca de uma reinserção profissional, mas ao mesmo tempo complicado para quem está há muito tempo afastado do mercado de trabalho.

A iniciativa nasceu da própria dificuldade que eles enfrentaram para bancar um terno durante seus estágios, já que um modelo custa em média 300 €, um valor alto para um estudante na França, comentam. Para colocar a ideia em prática, eles iniciaram uma coleta com os colegas para montar um pequeno guarda-roupa, que hoje cresceu e conta com centenas de peças, para homens e mulheres.

O princípio é simples : os interessados entram em contato pelo site La Cravate Solidaire e são recebidos para uma seção que inclui conselhos não só sobre a maneira de se vestir, mas também sobre comportamento. Até agora, mais de 200 pessoas foram beneficiadas e muitos deles conseguiram uma vaga, conta Jacques-Henri Strubel, um dos fundadores.

"Pedimos que eles nos mandem um SMS para contar como foi a entrevista, e várias pessoas já conseguiram emprego", diz. "Ficamos contentes de saber que muitas delas vão trabalhar com o terno que nós demos", explica.

Muitas vezes, os jovens também precisam lidar com situações inesperadas. Certa vez, conta, Jacques-Henri, um sem-teto veio até a associação em busca de orientação. Em seguida, de terno, passou a tarde tomando café com os garotos, conversando e ajudando. "Isso o ajudou a socializar um pouco e a ficar fora da rua durante um tempo. Ele acabou se sentindo bem à vontade e foi bem legal", diz.

Em um país onde o índice de desemprego é de cerca de 10%, a iniciativa não poderia deixar de ser bem-sucedida, e logo atraiu a atenção da prefeitura de Paris, que cedeu um local no subsolo de um prédio público para a associação. Mas se depender do sucesso, em breve a Cravate Solidaire terá um novo endereço, e deve expandir seus serviços. A boa notícia é que o número de voluntários não para de crescer: mais de 50 pessoas já integraram o projeto. 

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