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França

Partido Socialista deve enfrentar grave derrota nas eleições municipais

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Após o fraco desempenho no 1° turno das eleições municipais francesas, o Partido Socialista (PS), do presidente François Hollande e principal força da esquerda do país, aposta em coligações com o partido Europa Ecologia Os Verdes (EELV) e com a Frente de Esquerda. O 2° turno será realizado neste domingo (30), mas as previsões já apontam uma grave derrota dos socialistas, que devem perder a administração de mais de cem cidades francesas para a direita e a extrema-direita.

O presidente francês, François Hollande votando no primeiro turno das eleições municipais na cidade de Tulle, centro da França.
O presidente francês, François Hollande votando no primeiro turno das eleições municipais na cidade de Tulle, centro da França. REUTERS/Nicolas Tucat/Pool
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Para o professor de Ciência Política da Universidade de Bordeaux, Pierre Sadran, as alianças da esquerda não são suficientes para conquistar ou manter a maioria das prefeituras francesas. “Eles precisam é mobilizar seu eleitorado que, aliás, não participou do 1° turno, nem se mexeu para votar em seus candidatos”, avalia.

De fato, a abstenção bateu recorde no último domingo e chegou a mais de 35% - resultado da insatisfação dos franceses com o governo de Hollande. Uma pesquisa do Instituto BVA, realizada no último domingo (23) apontou que a impopularidade do presidente francês atingiu 71%, enquanto a do primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault chegou a 74%.

A insatisfação dos eleitores franceses com Hollande chegou às urnas, analisa o professor de Ciência Política da Universidade de Lyon, Paul Bacot. Para ele, não há outra solução para o futuro do PS governo além de implementar uma reforma ministerial. “Esta derrota dos socialistas nas eleições municipais é um sinal que o governo de Hollande não pode desconsiderar. Sobretudo no PS, que é um partido que foi construído especialmente em função de seus representantes municipais”, ressalta.

Hollande diz que analisará os resultados do 2° turno antes de anunciar reformas, mas que sua prioridade é "ouvir" os franceses. Já Ayrault reconheceu que a alta abstenção do 1° turno é prova da preocupação e das dúvidas do eleitorado francês.

Para Sadran, a atitude dos socialistas não convence o eleitorado de esquerda. O professor acredita que Hollande pretende primeiro avaliar os resultados das municipais antes de anunciar reformas ministeriais. “Ele anunciou a necessidade de escutar a insatisfação dos franceses, mas sem precisar nada. Há muitas especulações sobre a saída do primeiro-ministro, mas acho que ele ainda não tomou esta decisão”, avalia.

Frente Nacional

A extrema-direita também ganhou com o enfraquecimento da esquerda nas municipais, especialmente o partido Frente Nacional (FN), dirigido pela ex-candidata à presidência, Marine Le Pen. O FN chegou a recusar alianças com a principal força da direita, a União por um Movimento Popular (UMP), em vista da conquista garantida de algumas prefeituras.

Apesar de ganhar notoriedade durante a campanha para as prefeituras francesas, o FN deve eleger poucos representantes. Para Bacot, este é um sinal de que o partido de Marine Le Pen ainda tem um longo caminho a percorrer. “O problema do FN é saber como gerenciar, com o passar do tempo, este tipo de ‘sucesso’. Claro, é muito bom de ter resultados positivos nas eleições em algumas cidades, mas também é preciso que seus representantes sejam eficazes - o que ainda não é o caso hoje", opina.

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