Depois da Guiné, casos suspeitos de ebola são detectados em três países

Depois de um surto de febre hemorrágica causada pelo vírus ebola na Guiné, Libéria e Serra Leoa registraram casos suspeitos. No Canadá, um homem também apresenta sintomas da doença. Ele foi internado após voltar de viagem à África.

Médico manipula virus Ebola no Centro de controle das doenças de Entebbe, em Ouganda, 2 de agosto de 2012. REUTERS/Edward Echwalu

Uma epidemia de ebola, que começou no sul da Guiné, pode estar de alastrando para os países fronteiriços como Libéria, Costa do Marfim e Serra Leoa. Nesta tarça-feira, as autoridades sanitárias de Serra Leoa informaram que foram registrados dois casos de pacientes com grave febre hemorrágica.

Nesta segunda-feira (24), seis casos suspeitos do ebola foram detectados na Libéria. Cinco pessoas morreram. O ministro liberiano da Saúde, Walter Gwenigale, informou em comunicado que, entre as vítimas fatais, estão “quatro mulheres e uma criança do sexo masculino”. O sexto paciente é uma menina que está internada. Todos esses pacientes são oriundos do sul da Guiné e foram para a Libéria em busca de tratamento.

O ministério da Saúde guineense e a Organização Mundial da Saúde (OMS) informaram que, entre janeiro e 23 de março deste ano, 87 casos suspeitos de ebola foram detectados e 61 pessoas morreram.  A área mais afetada é o sul do país.

As primeiras análises feitas pelo Instituto Pasteur na França mostraram que os casos de febre hemorrágica na Guiné foram, de fato, provocados pelo vírus ebola. A doença é altamente contagiosa e provoca diarreia, vômitos e hemorragias. Quase todos os pacientes morrem poucos dias após a manifestação dos primeiros sintomas.

Canadá

Segundo as autoridades sanitárias canadenses, o paciente foi internado na província canadense de Saskatchewan. Ele apresentou os primeiros sintomas quando regressou ao Canadá de uma viagem de trabalho na Libéria. O diagnóstico de contaminação pelo vírus ebola ainda não foi confirmado, mas o homem tem sintomas idênticos aos apresentados pelos doentes na Guiné: febre muito alta e sangramento pela boca. Os familiares do paciente foram colocados em quarentena à espera da confirmação do diagnóstico.

Sem tratamento

Nenhum tratamento pode curar a febre hemorrágica desencadeada pelo ebola. Apenas medidas preventivas podem ser tomadas para impedir a propagação do vírus. Na Guiné, a Cruz Vermelha e organizações internacionais como Médicos sem Fronteiras, a OMS e o Unicef têm atuado em campanhas de prevenção.

O vírus ebola é transmitido em contato direto com o sangue ou secreções da pessoa infectada. Animais contaminados também podem ser vetores da doença. Segundo as autoridades locais, muitos casos de ebola na África são constatados após o contato com chimpanzés, gorilas, morcegos, macacos e antílopes. "Estamos preocupados. A doença viaja facilmente e os animais [contaminados] não respeitam as fronteiras”, disse o diretor do Instituto Nacional de Higiene Pública da Costa do Marfim, Simplice Dagnan.