Quando a bola rolar nos gramados brasileiros, Pablo de Andrade, 41, não vai torcer pelo escrete canarinho mas, sim, pela seleção do seu país de adoção. A expectativa é grande. Mas o sonho de acompanhar a Copa do Mundo ao lado de amigos esbarra em muitas dificuldades. “Quando estive no Brasil em dezembro, tentei me informar e reservar alguma coisa. Mas, para quem não tem mais CPF válido, como eu, tudo é muito complicado. Reservar passagens de avião naquelas empresas mais baratas sem ter CPF é impossível”, lamenta.

Como as cidades nas quais a Bélgica irá disputar as partidas da primeira fase são relativamente perto –Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte- o torcedor brasileiro dos diabos vermelhos optou por viajar de ônibus. As passagens, porém, só serão compradas na última hora.

Ingressos

As dificuldades para acertar os detalhes finais da viagem começam em casa. Pablo critica tanto o sistema de acesso aos ingressos da Fifa quanto o das associações belgas de futebol. Até o momento, apesar da motivação, Pablo não tem ainda nenhum ingresso pras três primeiras partidas da Bélgica. Nas primeiras fases de venda, ele não foi sorteado para comprar as entradas. Agora, ele espera ter mais sorte na próxima etapa de vendas que começa no próximo dia 12 de março e vai até o dia 1° de abril. A prioridade, explica a Fifa, será por ordem de encomenda.

Seleção belga

O tom de crítica de Pablo muda quando ele fala da sua paixão pelo futebol belga e justifica a sua opção pelo time que exibe o preto, o amarelo e o vermelho na bandeira. “Para os belgas, esse é um grande evento. O Brasil, em todos anos, em todas as copas, joga e é sempre um dos favoritos. Mas a Bélgica passou dois campeonatos mundiais sem se classificar. Os belgas já tinham até esquecido de como é torcer pelo próprio país em uma competição de nível mundial”, explica. Agora, para o brasileiro de coração belga, só falta aprender o hino. “Ainda não sei de cor, mas vou aprender. Quero cantar”.

A estreia da Bélgica na Copa do Mundo acontece no dia 17 de junho contra a Argélia.