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Linha Direta

UE estuda sanções para congelar bens de responsáveis pela violência na Ucrânia

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A escalada de violência na Ucrânia faz ministros das Relações Exteriores da UE se reunirem em caráter de emergência para discutir a imposição de sanções ao governo ucraniano. Apesar da resistência às punições, o bloco europeu parece ter mudado de idéia após os confrontos dos últimos dias que fizeram dezenas de mortos e centenas de feridos. Uma delegação formada por ministros europeus foi enviada à Kiev. A Rússia afirmou que as manifestações são uma tentativa de golpe que enche de incerteza o futuro da Ucrânia.

Praça da Independência em Kiev durante confrontos entre manifestantes e a polícia ucraniana.
Praça da Independência em Kiev durante confrontos entre manifestantes e a polícia ucraniana. REUTERS/Konstantin Chernichkin
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A correspondente da RFI em Bruxelas, Letícia Fonseca, diz que essa escalada de violência na Ucrânia surpreendeu a Europa, que já apostava em uma luz no fim do túnel para a crise no país. Vários governos europeus fizeram um apelo ao diálogo entre o presidente Viktor Yanukovitch e a oposição ucraniana.

A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande repudiaram o que classificaram de atos intoleráveis e prometeram sanções. O primeiro-ministro britânico David Cameron exortou o presidente ucraniano Viktor Yanukovitch a retirar suas tropas. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que conversou pelo telefone com Yanukovitch, defendeu a aplicação urgente de medidas contra os responsáveis pela violência na Ucrânia. Uma delegação formada por ministros das Relações Exteriores da França, Alemanha e Polônia foi enviada a Kiev para dialogar com governo e oposição do país.

Sanções podem ser aprovadas ainda hoje aprovadas

A possibilidade dos países do bloco europeu aprovar as sanções está se tornando cada vez mais concreta Os ministros das Relações Exteriores da UE estão trabalhando com vários cenários. Ainda não se está discutindo nomes, mas uma lista está sendo preparada. Além da proibição de vistos para os poderosos oligarcas que apoiam Yanukovitch e o congelamento de bens de autoridades do país, Bruxelas pretende proibir a exportação de equipamentos que possam vir a ser usados para reprimir os manifestantes.

Se aprovadas na reunião de hoje, as sanções poderão entrar em vigor a partir desta sexta-feira. Ontem, os EUA anunciaram a imposição de sanções para 20 funcionários da cúpula do governo ucraniano.

União Europeia está dividida

A questão das sanções contra o regime de Yanukovitch não é unanimidade dentro do bloco europeu, mas mesmo divido, há uma grande chance delas serem aprovadas hoje. Os países vizinhos da Ucrânia, como por exemplo a Romênia, são os que mais receiam um endurecimento da oposição, caso Bruxelas se decida pelas sanções.

No entanto, a Polônia, que é também vizinha da Ucrânia, defende abertamente as restrições e afirma estar preparada para acolher feridos e refugiados ucranianos. Espanha, Itália, Bulgária, Chipre e Grécia também resistem a adotar sanções.

A Rússia critica as eventuais sanções contra Kiev

A Rússia alertou imediatamente a Europa que as sanções seriam, no melhor dos casos, inoportunas. O governo russo afirmou que caso as sanções sejam aprovadas, isso colocaria o bloco europeu do lado das forças que estão tentando ilegalmente derrubar um governo e presidente eleitos democraticamente.

A chanceler alemã Angela Merkel conversou pelo telefone com o presidente russo, Vladimir Putin. Segundo Merkel, os dois concordaram em fazer tudo para pôr fim à escalada de violência na Ucrânia. A disputa pela influência geopolítica da Ucrânia tem afetado e esfriado as relações entre Bruxelas e Moscou. Putin quer reconstruir tanto que possível a influência da Rússia na Europa Oriental. E sem a Ucrânia, este projeto não irá para frente.

Clique acima para ouvir o Linha Direta com nossa correspondente em Bruxelas, Letícia Fonseca.

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