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Linha Direta

Yoichi Masuzoe é eleito novo governador de Tóquio

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Apesar da tempestade de neve que atingiu a região no fim de semana, deixando mais de 500 feridos, a população de Tóquio foi às urnas para eleger neste fim de semana um novo governador. A campanha vitoriosa de Yoichi Masuzoe foi marcada pela defesa da energia nuclear, como conta correspondente em Tóquio, Claudia Sarmento, que fala das consequências da eleição na capital japonesa.

Candidato apoiado pelo governo japonês, Yoichi Masuzoe venceu a eleição para governador de Tóquio neste domingo,.
Candidato apoiado pelo governo japonês, Yoichi Masuzoe venceu a eleição para governador de Tóquio neste domingo,. REUTERS/Yuya Shino
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Masuzoe é um político veterano, de 65 anos, ex-ministro da Saúde. Não é um rosto, portanto, desconhecido para os japoneses. Ele era o candidato do primeiro-ministro Shinzo Abe, que também saiu vitorioso das urnas. A campanha foi baseada, principalmente, na preparação de Tóquio para as Olimpíadas de 2020, incluindo aí medidas de prevenção a terremotos.

O novo governador prometeu fazer de Tóquio a melhor cidade do mundo e ele vai administrar um PIB gigante, que equivale ao da Suécia, por exemplo. Mas um dos assuntos que mais dominou a votação foi a questão nuclear. Os principais opositores de Masuzoe eram contra a volta das usinas nucleares, que estão paralisadas desde o acidente de Fukushima, há três anos. O governador eleito, assim como o primeiro-ministro Abe, ao contrário, é um defensor da energia nuclear e quer ver as usinas da região voltando a funcionar.

Crise Fukushima ainda não terminou

A crise em Fukushima ainda não terminou, os vazamentos de radiação são preocupantes, mas é uma central nuclear que fica distante de Tóquio, a quase 300 quilômetros da capital. O que acabou pesando nesse voto foi uma questão mais prática, mais próxima dos moradores da capital: a economia. Manter as usinas japonesas fechadas custa caro, pois o Japão está sendo obrigado a importar muito mais petróleo desde o acidente de Fukushima para compensar a paralisação de cerca de 50 reatores espalhados pelo país.

E Masuzoe defendeu que é necessário diminuir esse gasto, ou seja, religar as usinas, para que o país retome o crescimento econômico. Esse é exatamente o discurso do primeiro-ministro Abe. Uma pesquisa divulgada uma semana antes da eleição mostrou que 30% dos eleitores estavam preocupados principalmente com a economia e a geração de empregos.

Outros 25% queriam soluções para o sistema de previdência social, uma área que Masuzoe domina. Quer dizer, embora os candidatos tenham discutido muito a questão da energia nuclear, a população de Tóquio mostrou que está mais preocupada com o que afeta diretamente o seu bolso.

Vitória favorece primeiro-ministro

A vitória favorece porque o partido do governo vinha perdendo algumas eleições regionais e essa votação em Tóquio reverteu esse quadro. Além disso, pode facilitar aprovação de projetos favoráveis a política econômica oficial. Mas a vitória de Masuzoe não pode ser considerada tão expressiva assim.

A participação do eleitorado foi muito baixa, em torno de 34% apenas. A principal razão desse baixo comparecimento às urnas foi o tempo. No sábado, véspera da votação, Tóquio enfrentou a pior tempestade de neve dos últimos 40 anos. No domingo, parte dos transportes ainda estava paralisada. Segundo os analistas, um outro fator acabou ajudando o candidato de Abe.

Os dois outros principais candidatos, que representavam o movimento antinuclear, não quiseram unir as suas forças e acabaram dividindo os eleitores. Na contagem final, Masuzoe ficou com 30% dos votos e seus dois maiores rivais receberam 20% cada um. Se eles tivessem disputado o governo da capital por uma única legenda, talvez esse resultado fosse bem diferente.
 

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