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Linha Direta

Governo mexicano vai oficializar polícia comunitária

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O governo federal mexicano anunciou um acordo para legalizar os “autodefensas”, polícia comunitária formada por cidadãos comuns. Nos próximos dias, o presidente Enrique Peña Nieto deve incorporar seus integrantes ao Exército e à polícia.

Polícia comunitária mexicana diante de corpo de um membro da quadrilha Cavaleiros Templários no Estado de Michoacán.
Polícia comunitária mexicana diante de corpo de um membro da quadrilha Cavaleiros Templários no Estado de Michoacán. Ortega/Files
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Na sexta-feira passada, senadores discutiram a portas fechadas um plano mais amplo de reestruturação social desse Estado mexicano de Michoacán, controlado pelo crime organizado. Diante da violência e da incapacidade do governo em proteger a população dos abusos e extorsões do grupo de narcotraficantes chamados Cavaleiros Templários, os moradores se armaram para criar uma polícia comunitária, os "autodefensas".

Há alguns anos, a região era fortemente controlada por um dos maiores cartéis de narcotraficantes do país, os Zetas, liderado por ex-militares. Essa facção é conhecida internacionalmente pelo uso de violência extrema e pelos atentados com requintes de crueldade, como torturas e corpos expostos nas ruas. Em 2006, parte desse grupo se desprendeu e fundou outro, chamado Família Michoacana, que ganhou força e se estabeleceu como dominante no Estado.

Cerca de três anos depois, em 2009, uma nova separação levou ao surgimento dos Cavaleiros Templários, que usam esse nome em menção à renomada ordem militar cristã na Europa medieval. Nos seus primeiros anos, os Templários de Michoacán viviam do narcotráfico, mas depois passaram a extorquir a população - cobravam impostos dos comerciantes e agricultores, das crianças para ir à escola, da igreja, e até dos moradores, de acordo com a área territorial de suas casas. O que se seguiu foi uma onda de sequestros e estupros, o que levou a população a se armar.

Comparação com o Brasil

Um paralelo pode ser feito entre a situação no México e a implementação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) nas principais favelas da cidade. No Rio de Janeiro, após a ação da polícia, houve a saída dos narcotraficantes e uma diminuição das milícias atuantes nessas comunidades.

Em Michoacán, o governo federal armou um plano para evitar o que chama de "efeito cucaracha" (barata em espanhol). Ou seja, o objetivo é evitar que, ao se sentirem ameaçados, os criminosos simplesmente fujam para Estados vizinhos para darem sequência a suas atividades ilícitas.

Um acordo de cooperação foi feito para reforçar o policiamento nas fronteiras dos Estados vizinhos- Estado de México, Guerrero e Guanajuato. A última semana foi a mais violenta desde o começo de 2014. O México registrou 162 mortes em todo o país, das quais 48 (quase um terço) execuções correspondem a esses três Estados vizinhos a Michoacán.

Ouça o programa completo com a correspondente da RFI no México Fernanda Brambilla.

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