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França/ aborto

Mudança na lei do aborto leva milhares às ruas de Paris

Estimulados pelo papa Francisco, entre 16 mil opositores ao aborto, segundo a polícia, e 40 mil, conforme os organizadores, se manifestaram neste domingo (19) em Paris, contra um projeto de lei que, segundo os participantes, vai “banalizar completamente” a interrupção voluntária da gravidez na França. Os manifestantes se motivaram com “o exemplo espanhol” para ir às ruas, depois que o país vizinho caminha para revogar da lei que autoriza a prática.

Jovens se mobilizaram contra o aborto, questionando "grávida, e se você ficar com ele?".
Jovens se mobilizaram contra o aborto, questionando "grávida, e se você ficar com ele?". REUTERS/Gonzalo Fuentes
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Marchando aos gritos de “sim à vida” ou “viva a Espanha”, os antiaborto franceses se levantam contra um projeto de lei que visa a modificar o texto sobre o assunto no país. O projeto vai começar a ser analisado nesta segunda-feira, pelo Parlamento. A noção de “mulher em situação de fragilidade” e a exigência de estar bem-informada sobre o aborto podem ser retiradas da lei atual.

“Isso seria a banalização total do aborto e uma negação do direito à vida, inscrito no Código Civil”, afirmou Cécile Edel, porta-voz de um coletivo de associações pela causa. A “Marcha pela Vida” acontece anualmente em Paris, desde 2005, para marcar o aniversário da lei que passou a autorizar a interrupção voluntária da gravidez, em 1975. O movimento também se uniu às manifestações contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, no ano passado.

Incentivo espanhol e do papa

Muitos dos participantes neste domingo vieram do interior especialmente para o evento, inclusive famílias inteiras. Eles portavam cartazes nas cores da Espanha, em alusão ao projeto do governo de direita do país de revogar o direito ao aborto, salvo algumas exceções. A lei espanhola foi aprovada em 2010 e já foi pré-aprovada pelo Parlamento, de maioria conservadora.

Também padres estavam presentes, estimulados pelo apoio do papa Francisco, ontem. O pontífice convidou os opositores ao aborto a “manter viva a atenção a um assunto tão importante”.

Contra-manifestação

Em reação, um grupo com entre 200 e 300 pessoas protestaram contra a “Marcha pela Vida”, a alguns quilômetros de onde o ato contra o aborto era realizado. Os contra-manifestantes, a maioria mulheres, pediam para “a França não tornar como a Espanha”. “Eu tenho o direito de abortar. Os fundamentalistas são fora da lei”, afirmavam.

Mais de 220 mil abortos são realizados a cada ano na França. O procedimento é integralmente coberto pelo sistema público de saúde.
 

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