Obama deve anunciar reforma "modesta" dos programas de inteligência
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Nesta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, faz um discurso no Departamento de Justiça sobre a revisão dos programas de inteligência norte-americanos. A atuação da Agência de Segurança Nacional (NSA) vem colocando Washington em sucessivas saias-justas, desde que o ex-consultor do órgão Edward Snowden divulgou uma série documentos confidenciais sobre a extensão da espionagem norte-americana.Ouça acima a íntegra do programa com a correspondente em Washington, Raquel Krahenbühl
As revelações abalaram as relações diplomáticas pelo mundo e estremeceram a confiança de outros Estados com relação aos EUA. O Brasil foi um dos países afetados pela espionagem. Dilma Rousseff chegou a cancelar uma visita de Estado depois que vazaram informações de que até o celular da presidenta estaria grampeado pela Agência de Segurança Nacional. A chanceler alemã, Angela Merkel, também cancelou visita aos Estados Unidos e a maioria dos Estados europeus convocou embaixadores americanos para prestar esclarecimentos.
Revisão cosmética
Apesar disso tudo, depois de vários meses de análises e relatórios de especialistas sobre as possibilidades de revisão, o plano que Obama divulga nesta sexta (17) corre o risco de não contemplar gregos nem troianos.
Como explica a correspondente Raquel Krahenbühl, "o grande desafio é agradar diversos grupos diferentes: de um lado, os críticos (as empresas de tecnologia, grupos defensores de liberdades civis, o público estrangeiro) e do outro lado, a comunidade de inteligência, que apoia os programas de espionagem".
O presidente deve insistir na ideia de que é preciso impor limites à espionagem, mas deve também reiterar a importância dos programas de inteligência para a segurança nacional dos Estados Unidos. "Mas muitos pontos polêmicos devem ficar de fora da lista do presidente", acredita Raquel.
"Obama deve, por exemplo, permitir que a NSA mantenha seu banco de dados de registros telefônicos de americanos, não deve endossar a ideia de restringir o controle destes registros às companhias de comunicação e não deve obrigar autorização judicial para todos os pedidos de segurança nacional".
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