Ausência de juízes da França na Copa do Mundo no Brasil é "humilhação", diz L'Equipe

O diário esportivo L'Equipe, um dos jornais de maior tiragem da imprensa francesa, afirma hoje em primeira página que a ausência de árbitros da França no Mundial de 2014 é uma "humilhação". "Os juízes franceses são tão ruins assim?", questiona o diário, após analisar a lista divulgada pela Fifa.

Capa do jornal francês l'Equipe desta quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Desde 1974, a França não ficava fora da lista de juízes convocados para apitar os jogos do Mundial. Para a Copa de 2014, o L'Equipe tem uma explicação: "a decisão é uma punição às derivas da federação francesa de árbitros", acusada de favorecer juízes por critérios obscuros em detrimento da qualidade da arbitragem.

Francês do Taiti vai apitar Mundial

O L'Equipe corrige uma informação que passou despercebida: haverá, sim, um francês apitando a Copa no Brasil, mas será um juiz do Taiti, território ultramarino francês na Polinésia, ligado à zona da Oceania na organização interna da Fifa. A França faz parte da zona Europa. Em junho do ano passado, a seleção do Taiti disputou a Copa das Confederações no Brasil como equipe independente da França.

O juiz taitiano Norbert Hauata, 34 anos, foi convocado como substituto do trio titular da Oceania, formado por dois neozeolandeses e um fijiano. Hauata já apitou vários encontros internacionais na região do Pacífico e a Copa do Mundo de Sub-17 em 2011. Ele trabalha no setor da construção civil na ilha de Moorea, a meia hora de barco de Taiti, a maior ilha do arquipélago. O árbitro atribui sua convocação à "perseverança" e "à boa forma física". Ele treina duas horas diariamente e diz ter ficado surpreso quando viu que era o único francês da lista da Fifa.