Alta do desemprego na França compromete promessa de François Hollande

O anúncio da alta do desemprego na França em novembro, que representa um duro golpe para o presidente François Hollande por não conseguir cumprir sua promessa de inverter o índice até o final do ano, é o grande destaque dos jornais que circulam nesta sexta-feira, 27 de dezembro de 2013.

Desempregado francês aguarda na fila da agência nacional de emprego, o "Pôle Emploi", em Marselha. REUTERS/Jean-Paul Pelissier/Files

Desemprego: a promessa de Hollande em risco, foi a manchete escolhida pelo diário econômico Les Echos em referência à afirmação do presidente socialista de que no final de 2013, o número de franceses à procura de trabalho iria diminuir. São mais 17.800 pessoas desempregadas no mês de novembro, o que praticamente anula a baixa anunciada no mês anterior, escreve o jornal. O objetivo de uma inversão da curva do desemprego a longo prazo ficou mais difícil de atingir, afirma o Les Echos citando a análise do Instituto Nacional de Estatísticas. Para o INSEE, uma "quase-estabilização" do desemprego talvez aconteça até o primeiro semestre de 2014, isto porque o mercado de trabalho não deve absorver a alta da população ativa no país.

O jornal Le Figaro afirma que François Hollande tenta negar uma situação que as estatíticas revelam. Apesar do aumento do número de desempregados no país, o presidente da República garante que a inversão da curva do desemprego começou a diminuir. Para isso, o governo faz uma média dos últimos dois meses e efetivamente, chega à uma redução de 1.350 desempregados por mês. Mas os franceses não são bobos e não acreditam no conto de Natal de Hollande, afirma o Le Figaro em seu editorial. O jornal conservador defende uma mudança na política governamental e uma maior aposta nas empresas. E o que elas querem? Principalmente redução nos custos do trabalho, afirma Le Figaro.

O La Croix dedicou uma edição especial para falar do desemprego que não dá trégua no país. O aumento de 0,5% no número de desempregados sem nenhuma remuneração em novembro representa uma enorme decepção para o Palácio do Eliseu, afirma o jornal católico. O programa "empregos do futuro", lançado pelo governo para estimular a contratação de jovens com menos de 26 anos não tem sido suficiente para Hollande cumprir sua promessa de reduzir o número de desempregados na França, constata o La Croix.

O Libération usou um trocadilho para falar dessa péssima notícia. O jornal trocou a palavra inversão por aversão à curva do desemprego, que subiu ao invés de baixar, como prometeu o governo. Mas o Libé preferiu dedicar sua manchete para lembrar seus leitores de que para votar nas eleições municipais e europeias do ano que vem é preciso se inscrever até o próximo dia 31 de dezembro. 10 milhões defranceses ainda tem 4 dias para garantir seu direito à voto. Essas vozes não podem ser perdidas, diz o jornal.