Em Qunu, moradores dão último adeus a Mandela
O avião com o corpo de Nelson Mandela chegou ao aeroporto de Mthatha às 13h30 locais (9h30 em Brasília). De lá, o cortejo fúnebre seguiu de carro para Qunu, vilarejo natal do líder da luta contra o apartheid. O enterro será realizado de forma tradicional diante de um número restrito de participantes neste domingo. O cemitério familiar não será aberto ao público.
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Na chegada do aeroporto de Mthatha, centenas de pessoas se aglomeraram para dar um último adeus ao ícone sul-africano. O clima, porém, não era de tristeza. A população local saudou a passagem do cortejo fúnebre com cantos, danças e gritos de “Viva Mandela!”.
O governo havia pedido que, ao longo do caminho entre o aeroporto e Qunu, os moradores formassem uma grande corrente humana. Apesar de essa área rural não ser densamente povoada, a participação popular marcou esse último trajeto de Mandela.
Alguns moradores, porém, se disseram frustrados por não poderem ter acesso a um funeral público. "Muitas pessoas aqui achavam que iam ter a chance de vê-lo. Afinal, temos o museu [de Mandela] aqui. Eles poderiam ter feito um velório aberto aqui para que pudéssemos fazer mais uma homenagem. As pessoas [em Pretória] tiveram três dias para fazer isso”, disse à AFP Asiphe Vinjwa, de 25 anos, que levava seu filho nas costas como é costume na região.
Antes do sepultamento neste domingo, uma cerimônia oficial com honras de Estado e convidados ilustres será transmitida pela televisão. Mas o arcebispo Desmond Tutu, antigo companheiro de luta contra o apartheid, não deve estar presente. Ele disse não ter recebido um convite oficial.
Enterro tradicional
Após essa última cerimônia pública, o corpo de Mandela será enterrado no cemitério da família longe dos olhos da mídia e sem acesso ao público. O ritual seguirá os costumes da etnia xhosa da qual Madiba era originário.
No ritual de adeus, os representantes mais velhos do clã Thembu farão discursos e sacrificarão um boi em homenagem aos antepassados. "O funeral é uma cerimônia complexa. Temos que entrar em contato com os nossos ancentrais e assegurar o descanso do morto”, declarou Jonginyaniso Mtirara, chefe do clã de Mandela.
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