Mais de 600 pessoas morrem em conflitos na República Centro-Africana
Os conflitos entre milícias cristãs e muçulmanas deixaram ao menos 600 mortos em uma semana na República Centro-Africana, segundo a ONU. Para a França, que participa de uma intervenção militar internacional no país, os dados são alarmantes.
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As vítimas fatais do conflito interreligioso se concentram na capital Bangui. Segundo a ONU, cerca de 450 pessoas na capital enquanto 160 morreram em outras regiões do país. Ainda segundo as Nações Unidas, a onda de violência no país já obrigou 159 mil pessoas a deixarem suas casas. A ONU teme, porém, que o balanço das vítimas seja ainda maior. Todos os dias são descobertos novos corpos de pessoas mortas nos confrontos em bairros da capital e também na periferia.
Desde o dia 5 de dezembro, milícias que se definem como grupos de autodefesa lançaram uma ofensiva em Bangui contra a Séléka, uma milícia de predominância muçulmana. A Séléka esteve por trás do golpe que destituiu o presidente François Bozizé no começo deste ano. Esse ataque das milícias cristãs provocou uma reação violenta da Séléka e elevou o número de mortos no conflito nesta semana.
A tensão no país levou a diplomacia da França e dos Estados Unidos a declarar que a República Centro-Africana vive uma situação de pré-genocídio. Na semana passada, a ONU autorizou o envio de tropas francesas para o país. Cerca de 1.600 soldados têm a missão de assegurar a pacificação do conflito.
Apesar dessa participação francesa, o ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, admitiu hoje que «a espiral do conflito piorou de forma brutal». Desde segunda-feira, as tropas francesas efetuam operações de desarmamento dos grupos rivais.
Ajuda humanitária
As ONGs que atuam no país acusaram a ONU e as suas agências de lentidão para reagir à crise humanitária instalada na República Centro-Africana. O Programa Alimentar Mundial começou hoje a distribuir alimentos para 45 mil refugiados que procuraram abrigo perto do aeroporto de Bangui. Em Genebra, o UNICEF prometeu o envio de 77 toneladas de bens de primeira necessidade.
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