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França

Autora americana fala sobre benefícios de educação francesa

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Sucesso de vendas no Brasil, o livro da escritora americana Pamela Druckeman, "Crianças Francesas Não Fazem Manha", agora ganha uma continuação, que chega ao país em 2014. "French Parents Dont Give in", ou em tradução livre "Pais Franceses não Cedem", tece mais elogios à educação "à la française", e seus benefícios para o futuro das crianças.

As crianças francesas aprencem os limites mais cedo, diz autora americana
As crianças francesas aprencem os limites mais cedo, diz autora americana Getty Images
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Radicada em Paris há dez anos, a jornalista Pamela Druckeman tem três filhos e baseou-se em sua experiência pessoal para escrever seus livros -o último se transformou em um best-seller mundial.

Além da comida variada, segundo a americana, outros aspectos culturais da educação francesa chamaram sua atenção: o fato, por exemplo, dos adultos tratarem bebês e crianças pequenas como "pessoas de verdade."

"Podemos falar com eles e explicar o mundo deles. Isso é uma influência da psicanalista Françoise Dolto, uma especialista francesa da educação infantil, que teve poucas obras traduzida em inglês, e acho que em português também", diz.

Ela defende que a criança não precisa estar feliz o tempo todo. "Ela precisa compreender seu meio, sua família. Ela ensina, por exemplo, que se os pais se divorciam ou se um avô morre, é preciso, calmamente, com muito amor, explicar isso às crianças."

Pamela explica também que essa maneira de lidar com as crianças tem um impacto no sono das crianças. De acordo com ela, nos Estados Unidos, e no Brasil, onde ela viveu um ano, é normal que os bebês não durmam antes dos nove meses de idade ou até um ano, o que prejudica todo o ritmo da família.

Para autora, sem disciplinar sono da criança, pais acabam "reféns do bebê"

"A vida familiar é centrada na vida da criança, do bebê. Temos essa ideia que os bebês não podem mudar, e não compreendem nada nessa idade, e que devemos seguir seu ritmo. Na França a ideia diferente", explica.

Para a autora, o sono, na França, é uma capacidade que pode ser desenvolvida, e ajuda as crianças a dormir bem, desde muito cedo.

Pamela, que viveu um ano em São Paulo, considera o país como "o avesso da França", e elogia a espontaneidade e a a abertura dos brasileiros. Mas garante que, a disciplina francesa não signica que as crianças sejam 'mini-robôs'.

"Acredito que os franceses tenham encontrado um bom equilíbrio entre a estrutura e a liberdade. E isso é o ideal. Eles têm certas regras fixas e ensinam limites às crianças, mas por outro lado também dão um máximo de liberdade em outros aspectos. Pela minha experiência, isso dá confiança à criança."

Esse método de educação suscita críticas entre algumas mães brasileiras. É o caso da psicológa Bárbara Dias, mãe de Theo, 4 anos. Mesmo que ela concorde com algumas benefícios da disciplina francesa, ela considera alguns aspectos excessivos.

"No caso da comida, isso é mentira. As crianças em geral se alimentam mal, e na hora do intervalo é tudo chocolate! No Brasil, a gente preza muito no lanche da tarde uma fruta, um pãozinho com queijo, suco, arroz e feijão com uma verdura. Acho que as crianças no Brasil comem melhor e comem de tudo!"

A psicóloga também critica o sistema escolar, que impõe cedo ao bebê a adaptação. Para começar, no primeiro dia de aula, a chupeta e o doudou, um bicho de pelúcia que a maioria das crianças francesas carrega o tempo todo. "A inserção não acontece de maneira gradual e espontânea.", diz.

 

 

 

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