Sul-africanos rezam, cantam e dançam em homenagem a Mandela

Os sul-africanos foram convocados neste domingo para um dia nacional de oração de reflexão, como parte da semana oficial de luto pela morte de Nelson Mandela, líder da luta anti-apartheid e primeiro presidente negro do país. Madiba, como era carinhosamente chamado, morreu aos 95 anos, na última quinta-feira.

Homenagens diante da casa de Mandela em Johannesburgo, neste domingo. REUTERS/Ronen Zvulun

"Devemos, ainda que choremos, cantar com a voz mais forte possível, dançar e fazer o que quisermos fazer, para celebrar a vida deste revolucionário excepcional que manteve vivo o espírito de liberdade e nos conduziu a uma nova sociedade", declarou o presidente Jacob Zuma.

O Congresso Nacional Africano, o partido no poder, cujo líder mais famoso foi Mandela, dará o exemplo enviando seus líderes a diversas igrejas protestantes, a uma sinagoga e a um templo budista.

Uma semana de homenagem

As homenagens começaram desde o anúncio do falecimento do prêmio Nobel da Paz 1993. Os meios de comunicação só falam de Mandela, e milhares de sul-africanos se concentram em locais simbólicos: em frente à sua casa de Johannesburgo, em frente à sua antiga casa de Soweto, diante da presidência em Pretória, no município de El Cabo, onde fez seu primeiro discurso, em 1990, depois de ter passado 27 anos nas prisões do apartheid, e diante de sua casa de Qunu (sul), cidade onde será enterrado.

Depois das orações deste domingo, a semana continuará na segunda-feira com uma homenagem no Parlamento, seguida na terça-feira por uma cerimônia oficial no estádio de Soccer City, em Soweto. O corpo de Mandela será levado em procissão por Pretória na quarta, quinta e sexta-feira e terá velório aberto ao público no Union Building, sede da presidência sul-africana em Pretória.

Uma cerimônia de adeus ocorrerá no próximo sábado em uma base militar dos arredores de Pretória. Em seguida, Mandela volta à aldeia de sua infância, Qunu. Sua tribo Thembu o receberá com uma cerimônia tradicional.

Presidentes e ex-presidentes

Nelson Mandela será enterrado no dia 15 de dezembro em Qunu, junto aos seus pais e a três de seus filhos. Na África do Sul são esperados chefes de Estado e de Governo, atuais ou que exerceram seus cargos no passado, membros das famílias reais, artistas e líderes espirituais do mundo inteiro.

A presidente brasileira Dilma Roussef estará presente, junto com os antecessores Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso e Fernando Collor de Mello. O francês François Hollande e o americano Barack Obama também já confirmaram presença, assim como o secretário-geral da ONU, Ban ki Moon.