Inglaterra quer lei ética para imprensa depois de grampos telefônicos
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O julgamento sobre o caso de escutas telefônicas ilegais realizadas por tabloides britânicos começou em Londres e pode mandar para a prisão jornalistas, policiais e detetives particulares. Ao mesmo tempo, a Inglaterra está perto de criar um novo órgão de regulamentação da imprensa, também como repercussão ao escândalo que atingiu o grupo do bilionário australiano Rupert Murdoch.O correspondente em Londres, Ulisses Neto, informa que o governo tenta criar um novo mecanismo de regulamentação da imprensa. Simultaneamente ao início do julgamento do "News of the World", a rainha Elizabeth II aprovou uma espécie de ‘medida provisória’ que permite a criação desse órgão.Ulisses explica que a ideia é criar um novo código de conduta para jornais e revistas ingleses para evitar abusos como esses cometidos no grupo Murdoch. O futuro órgão poderá exigir retratações públicas dos jornais em casos de reportagens ofensivas ou até mesmo aplicar multas de até R$3,5 milhões de reais em casos de infrações graves.Ulisses Nettotambém fala da reação dos jornais com a proposta: "Os editores dos principais jornais ingleses tentaram impedir essa ideia do governo com um recurso na justiça, que acabou negado. O que eles dizem é que essa é uma tentativa disfarçada do governo de cercear a liberdade de imprensa. Os editores tentam, ao mesmo tempo, criar um órgão auto-regulamentador. Teoricamente, as publicações não serão obrigadas a aderir a essa agência que será criada pelo governo, porém, quem ficar de fora correrá o risco de sofrer sanções ainda mais pesadas", diz o correspondente.Clique acima para ouvir o programa completo.