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Aumento de impostos programado pelo governo para 2014 são criticados pela imprensa francesa

Com o recuo da intervenção militar franco-americana na Síria, os jornais franceses desta quinta-feira, 12 de setembro de 2013, voltam a tratar em manchete da crise econômica na França, a maior preocupação dos franceses. O primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault revelou nesta quarta-feira o projeto do orçamento público de 2014. Os franceses se deram conta que a pausa prometida nos aumentos de impostos não vai acontecer.  

Capa dos jornais franceses Le Figaro, Les Echos, Aujourd'hui en France e La Croix desta quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Capa dos jornais franceses Le Figaro, Les Echos, Aujourd'hui en France e La Croix desta quinta-feira, 12 de setembro de 2013
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O diário conservador Le Figaro e o econômico Les Echos explicam que apesar do choque fiscal promovido pelos socialistas no último ano, com forte aumento de impostos para famílias e empresas, e cortes nos gastos do governo, o déficit público em 2013 vai ficar 0,4 ponto acima do previsto, em 4,1% do PIB. A derrapagem da meta é consequência do programa de austeridade, que provoca desemprego, deprime o consumo e diminui a arrecadação. E o pior é que essa política, que visivelmente não está dando os resultados esperados, vai continuar no ano que vem.

Le Figaro, Les Echos e o Aujourd'hui en France informam que o poder de compra dos franceses vai diminuir ainda mais porque, para equilibrar o orçamento de 2014, o governo precisa de mais 3 bilhões de euros e decidiu buscar esses recursos no bolso da classe média. A TVA, imposto sobre produtos de consumo e serviços, vai subir de 19,6% a 20% e de 7% para 10%, dependendo do produto. As cotizações sociais, como por exemplo para a aposentadoria, vão aumentar. O governo também vai cortar os descontos no imposto de renda de famílias com filhos em idade escolar.

Segundo o Aujourd'hui en France, que teve acesso a documentos ultrassecretos da Seguridade Social, para reduzir o déficit de 14 bilhões de euros do sistema este ano, o governo socialista vai criar uma série de taxas sobre produtos considerados nocivos para a saúde: bebidas energéticas, cigarros, aspartame, vinho, entre outros produtos.

O jornal católico La Croix mostra em primeira página que os municípios franceses estão muito preocupados com o aumento da pobreza. Os centros de assistência comunitária, segundo reportagem do La Croix, recebem cada vez mais pessoas sem acesso aos serviços públicos de saúde. Por causa da queda global dos rendimentos, muita gente não consegue mais pagar o seguro de saúde complementar, precisa de cesta básica, ajuda jurídica por estar em situação de endividamento, enfim, um quadro de precariedade que se instalou com a crise.

Uma autoridade do norte da França, região industrial extremamente afetada pelo desemprego, afirma ao La Croix que esse aumento da pobreza provavelmente será transmitido para a próxima geração.
 

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