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Condenação/Turquia

Turquia concede penas duras a acusados de tentativa de golpe militar contra Erdogan

A Justiça turca absolveu nesta terça-feira, dia 5 de agosto, 21 dos 275 réus da rede Ergenekon, acusada de tentar promover um golpe de Estado contra o governo islâmico-conservador do premiê Recep Tayyip Erdogan. No mesmo caso, o ex-comandante do Exército turco, Ilker Basbug, foi condenado à prisão pérpetua. Outros três deputados da oposição receberam sentenças que variam entre 12 e 35 anos de prisão.

Manifestantes carregam bandeiras turcas nesta segunda-feira, dia 5 de agosto de 2013, durante protesto contra golpe de Estado contra o governo islâmico-conservador do premiê Recep Tayyip Erdogan.
Manifestantes carregam bandeiras turcas nesta segunda-feira, dia 5 de agosto de 2013, durante protesto contra golpe de Estado contra o governo islâmico-conservador do premiê Recep Tayyip Erdogan. REUTERS/Osman Orsal
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Também condenados à prisão perpétua, estão outro ex-chefe do Exército, Hursit Tolon, condenado à prisão perpétua por "prejudicar a ordem constitucional pela força"; o ex-chefe da polícia, Sener Eruygur; o jornalista Tuncay Ozkan e o chefe do Partido dos Trabalhadores (IP), Dogu Perincek.

Dezenas de acusados, entre generais, jornalistas, integrantes de uma suposta "máfia" e opositores ao governo de Erdogan vêm sendo julgados desde outubro de 2008 em um processo denunciado pela oposição laica como uma "caça às bruxas" do governo islâmico-conservador. Dos 275 acusados, 66 estavam em prisão provisória há 5 anos.

A rede Ergenekon é acusada de tentativa de golpe militar contra Erdogan, no poder desde 2002. O grupo foi descoberto em junho de 2007 em uma operação antiterrorista na capital Istambul. Armas e explosivos foram descobertos, o que deu origem à investigação. Hoje, o tribunal considerou que o grupo gerou caos no país perpetrando "atentados" e "operações de propaganda".

Já o Exército turco está implicado no caso por proteger valores laicos e republicanos. Os militares tiraram três governos islamitas desde 1960 e forçaram a renúncia da administração pró-Islã em 1997.

Os opositores alegam que o processo e as condenações são forjadas pelo governo no poder. "Este julgamento é de Erdogan, é um teatro. No século 21, para um país que quer se tornar um membro de pleno direito da União Europeia, este julgamento político não tem base legal", disse o integrante do partido opositor CHP, Umut Oran.

A audiência teve início nesta manhã, no tribunal de Silivri, a cerca de 50 quilômetros da capital Istambul, e segue durante esta tarde. Somente advogados, os réus, jornalistas e parlamentares são autorizados a assistir a condenação.

Mais de dez mil manifestantes, proibidos de protestar, se infiltraram na área protegida pela polícia nos arredores do tribunal. As forças de ordem utilizaram bombas de gás lacrimogênio e jatos d'água para dispersar a multidão.

 

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