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Linha Direta

Novo governo enfrenta desafio de trazer estabilidade política e econômica ao Egito

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A situação no Egito continua tensa, duas semanas depois que as Forças Armadas depuseram o presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, atendendo o pedido de milhões de pessoas que tomaram as ruas do país exigindo a saída do líder islâmico. O novo governo interino foi empossado nesta terça-feira, 16 de julho de 2013, pelo presidente Adly Mansour com o desafio de liderar o país nesta fase de transição. Ele é rejeitado por líderes islâmicos, que defendem a volta de Mursi ao poder. Neste programa nosso correspondente no Cairo, Hugo Bachega, comenta a composição do governo interino e a situação no país.  

Protestos nas ruas do Cairo pro- Mursi, 15 de julho de 2013.
Protestos nas ruas do Cairo pro- Mursi, 15 de julho de 2013. REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
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"O governo interino é formado principalmente por tecnocratas e liberais, que terão a missão de liderar o país até a eleição de um novo governo. O primeiro-ministro é o economista Hazem el-Beblawi. Nenhum dos ministros empossados pertence a grupos islâmicos. Os nomes incluem três mulheres e três cristãos", descreve o jornalista Hugo Bachega.

Ele lembra que o governo interino ofereceu à Irmandade Muçulmanda e ao partido dos salafistas a oportunidade de participar do governo, a fim de permitir a reconciliação nacional. Mas a Irmandade Muçulmana, partido do presidente deposto Mursi, rejeitou a oferta. Já o partido Nour, dos salafistas, preferiu não indicar nenhum nome mas apoia o novo governo.

"Pelo plano dos militares, uma nova Constituição será desenvolvida nas próximas semanas e irá a referendo popular. Em seis meses, eleições parlamentares deverão ser realizadas, seguidas de eleição presidencial", explica nosso correspondente no Cairo.

Ele acrescenta que os principais desafios desse novo governo são trazer certa estabilidade ao país, tanto nas ruas quanto na economia: "Dois anos e meio de crise política e social afetaram diretamente a economia do Egito, que sofre com desemprego e inflação em alta, baixas reservas internacionais, além de falta de combustível e energia", relata.

O jornalista Hugo Bachega afirma que a situação no Egito ainda está muito tensa, com milhares de pessoas protestando nas ruas, e a percepção de que o país ainda está profundamente dividido.

"De um lado, há a oposição, que participa do governo interino, e que continua a convocar protestos. Do outro lado, a Irmandade Muçulmana, que exige o retorno de Mursi à presidência do Egito. Milhares de partidários islâmicos continuam realizando uma manifestação num subúrbio do Cairo e dizem que só sairão de lá quando Mursi retomar o cargo. Eles instalaram tendas, um hospital, fecharam diversas ruas e passam dias e noites nesse acampamento que foi montado, com faixas e cartazes de apoio a Mursi", descreve o correspondente.

Ele aponta que duas semanas após sua queda, o paradeiro do presidente Mohamed Mursi ainda é um mistério.

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