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Linha Direta

Destituição de Mursi divide palestinos

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Neste programa nossa correspondente em Tel-Aviv, Daniela Kresch, relata como a notícia sobre a destituição do presidente egípcio Mohamed Mursi pelo exército foi recebida em Israel e nos territórios palestinos. Os israelenses ficaram aliviados com a notícia, mas é entre os palestinos, no entanto, que a queda de Mursi provoca divisão.

Manifestante segura uma cruz e um exemplar do Corão durante protesto nesta quinta-feira, 4 de julho de 2013, no Cairo.
Manifestante segura uma cruz e um exemplar do Corão durante protesto nesta quinta-feira, 4 de julho de 2013, no Cairo. Reuters
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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, evitou comentar a queda de Mursi. Tradicionalmente Israel não faz declarações sobre os eventos que acontecem nos países vizinhos.

"Mas fica claro que o clima é de alívio entre os israelenses, que ficaram preocupados quando Mursi, que é ligado ao partido islâmico Irmandade Muçulmana, foi eleito no ano passado", diz a jornalista Daniela Kresch. Ela explica que o medo de Israel era de que um governo egípcio de tendência islâmica decidisse, em algum momento, suspender os Acordos de Camp David, firmados em 1978, que selaram a paz entre os dois países.

É entre os palestinos, no entanto, que a queda de Mursi provoca divisão. Nossa correspondente na região lembra que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, foi um dos primeiros líderes mundiais a parabenizar o exército egípcio pela destituição e congratular o novo presidente interino do Egito, Adly Mansour. Isso porque esse revés para a Irmandade Muçulmana no Egito enfraquece o maior rival de Abbas, o Hamas.

"Mais fraco, pode ser que o Hamas finalmente aceite formar com o partido de Abbas, o Fatah, um governo de união nacional que acabe com a divisão interna entre os palestinos", comenta Daniela Kresch.

A jornalista analisa que Hamas é um dos maiores perdedores com esse evento: "No ano passado, o Hamas comemorou muito a subida ao poder da Irmandade Muçulmana. Líderes do movimento passaram a visitar regularmente o Cairo, algo que nunca acontecia na época de Mubarak, que perseguia os islamistas. A animação foi tanta que o Hamas transferiu seu quartel-general de Damasco para o Cairo. Mas agora, com a queda de Mursi e a prisão dos líderes da Irmandade Muçulmana, o movimento palestino não sabe como será o futuro".

Clique em "Ouvir" para conferir toda a conversa com a correspondente da RFI em Israel.

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