Dilma anuncia pacto para evitar ser alvo único dos protestos, diz jornal francês
A tentativa da presidente Dilma Roussef de dar uma resposta aos manifestantes no Brasil, a polêmica sobre o déficit público francês e o caso Snowden que envenena as relações entre russos e americanos são algumas das manchetes dos jornais franceses desta quarta-feira.
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O jornal Libération diz que a presidente Dilma Rousseff quer reconquistar o povo. Em reação à revolta popular, ela propõe reformar o sistema eleitoral para lutar contra a corrupção. O jornal detalha as medidas propostas pela presidente no pacto anunciado após a reunião com os governadores. Libération viu nessa iniciativa uma tentativa de Dilma Rousseff de dividir as responsabilidades com outras esferas de poder para evitar que ela seja o alvo único dos protestos.
Ouvido pelo Libération, o sociólogo Ricardo Antunes disse que há um fosso entre os brasileiros e seus governantes, e os mais odiados são os deputados. Se os brasileiros pudessem, afirma Antunes, eles fechariam o Congresso, local visto como de negociatas e só para defener interesses dos poderosos.
O jornal Les Echos afirma que o relatório anual sobre o déficit público francês a ser publicado amanhã pelo Tribunal de Contas deverá acalmar a polêmica entre governo e a oposição de direita sobre os gastos do governo.
Segundo o jornal econômico, o relatório deverá confirmar que o déficit da França ficará entre 3,7 e 4% se o crescimento do país for estável. O governo socialista confirmou ontem que vai diminuir em 1,5 bilhão de euros os gastos da máquina pública e vai reduzir 3.200 postos de trabalho em 2014.
O Aujourd'hui en France destaca uma pesquisa publicada pela OCDE sobre o mercado de trabalho para os jovens. Os números não deixam margem à dúvidas: segundo o estudo da organização, o desemprego de jovens entre 25 e 29 anos com diploma de ensino superior é de 6,5%. E sobre para 22,3% se o jovem não têm estudo. Daí a conclusão do jornal na sua manchete: sem diploma não há trabalho.
Para o Le Figaro, o caso Edward Snowden deixa no ar um perfume de guerra fria. As relações entre russos e americanos voltaram a ficar tensas devido ao ex-agente americano que se encontra na área de trânsito internacional do aeroporto de Moscou. Os Estados Unidos acusam o Kremlin de ajudar um "traidor" em sua fuga e exige sua extradição. O presidente Vladimir Putin se recusa e qualificou o pedido de "delírio" e "absurdo".
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