Dilma defende parceria “não opressiva” com países africanos
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, participa neste sábado do Jubileu de Ouro da União Africana que acontece em Adis Abeba na Etiópia. A cerimônia marca os cinquenta anos da criação do organismo multilateral africano. Além de Dilma Rousseff, participam como convidados especiais do encontro o presidente francês, François Hollande, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry.
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Os dirigentes africanos iniciaram neste sábado a comemoração dos cinquenta anos da Organização da Unidade Africana, órgão que foi a base da formação da atual União Africana. A presidente brasileira discursará no evento como representante da América Latina. Segundo o Itamaraty, ela deverá abordar assuntos que interessam aos líderes africanos como os programas de distribuição de renda -Bolsa Família e Brasil Carinhoso - e também sobre o panorama econômico brasileiro.
Na abertura da cerimônia, o anfitrião, o presidente etíope, Hailemariam Desalegn, afirmou que o objetivo da União Africana é o de “construir um continente livre da pobreza e dos conflitos". Desalegn também agradeceu a presença dos parceiros internacionais, sobretudo da China que “investiu bilhões para apoiar nossos investimentos em infraestrutura”.
De fato, a China participou da construção da sede da União Africana em Addis Abeba e também se destaca como um dos principais investidores estrangeiros na África. Mas essa presença é alvo de muitas críticas que veem na aliança com o gigante asiático uma espécie de novo colonialismo. Já o Brasil, que tenta aumentar a presença econômica na região, adota um discurso que mostra as vantagens do estreitamento dos laços entre Brasil e África para os dois lados.
Ontem, em encontro bilateral com o presidente etíope, a presidente brasileira defendeu uma cooperação “não opressiva” com a África. “O Brasil quer não só estabelecer relações comerciais, investir aqui, vender para o país, mas o Brasil quer também uma cooperação no padrão Sul-Sul. O que é o padrão Sul-Sul de cooperação? É uma cooperação que não seja opressiva, que seja baseada em vantagens mútuas e valores compartilhados, basicamente isso”, afirmou Dilma Rousseff em declarações à imprensa.
Ao final da tarde, a presidente brasileira embarca para Brasília. Durante a visita à Etiópia, Dilma assinou acordos bilaterais nas áreas de cooperação tecnológica, científica e de agricultura.
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