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Imprensa francesa

François Hollande: um presidente só e sem motivos para comemorar um ano de governo

As críticas cada vez mais severas contra François Hollande e as diversas manifestações contra seu governo, na véspera de sua eleição completar um ano, são os destaques da imprensa francesa desta segunda-feira. Os jornais também reagem à decisão de Bruxelas de prolongar até 2015 o prazo para a França cumprir sua obrigação de reduzir o déficit público para 3% do PIB.

O presidente francês François Hollande, em Paris, em imagem do dia 24 de abril.
O presidente francês François Hollande, em Paris, em imagem do dia 24 de abril. REUTERS/Philippe Wojazer
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Para o Libération, François Hollande é um homem só e o país não tem clima para festejar seu primeiro ano de mandato. O presidente mais impopular dos últimos 55 anos na França consegue concentrar críticas da direita e de uma parte da esquerda, escreve o jornal. O Libé diz que a manifestação convocada pelos radicais de esquerda neste domingo em Paris para protestar contra a austeridade do governo reuniu menos de 100 mil pessoas, mas a fraca mobilização não deve servir de consolo para Hollande. Tanto o protesto dos insatisfeitos com sua política, como os dos opositores do casamento gay, que também foram às ruas ontem, revelam que o presidente eleito com o discurso de união dos franceses está cada vez mais isolado.

O conservador Le Figaro destacou a manifestação da Frente de Esquerda e o discurso agressivo de seu líder Jean-Luc Mélenchon alertando para o fim do período de experiência para o presidente Hollande. Em editorial, o jornal estima que seria uma vergonha se o chefe de estado cedesse aos apelos dos radicais de esquerda justamente quando ignora outras mensagens das ruas, uma referência aos que não desistem de atacar o casamento gay,  já aprovado no país.

Para o comunista L'Humanité, a manifestação ontem em Paris da Frente de Esquerda foi um sucesso e o jornal destacou sobretudo a presença de muitos jovens durante o protesto contra a austeridade imposta pelo governo. O pedido para a uma mudança institucional e política na França está ganhando força, estima o jornal.

O Aujourd'hui en France ouviu diversas celebridades que apoiaram publicamente François Hollande para a presidência do país e agora fazem um balanço de seu governo um ano depois. Atores, músicos, arquitetos e até empresários que votaram no socialista reconhecem que este começo foi difícil, mas mantém o apoio ao presidente. Muitos, no entanto, não escondem a decepção com a situação econômica do país e até com o caso Cahuzac, o ex-ministro do Orçamento que admitiu ter contas na Suíça para fraudar o Fisco francês. Um dos artistas ouvidos, Benjamin Boulay, diz que Hollande está à frente de um país ingovernável economicamente e não é o Mágico de Oz. Seu governo, diz, vai começar para valer a partir de agora.

O diário econômico Les Echos destaca a decisão da Comissão Europeia de estender por mais dois anos, ou seja, até 2015, o prazo para o governo francês reduzir seu déficit para menos de 3% do PIB. Em sua capa, o jornal traz reações de lideranças políticas a começar pelo comissário europeu de Assuntos econômicos que considera a prorrogação uma decisão racional. Já o ministro alemão das Finanças insiste que reformas estruturais devem ser feitas por Paris, enquanto que o ministro francês da Economia, considera a decisão uma demonstranção do fim do dogma da austeridade. Um dos editorialistas do Les Echos estima que a extensão do prazo é um erro porque é manter o vício de um país que se acostumou com a explosão de sua dívida pública.

 

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