Primeiro-ministro da Tunísia anuncia demissão do cargo
Sem conseguir formar um gabinete, o primeiro-ministro da Tunísia, Hamadi Jebali, do partido islâmico Ennahda, renunciou nesta terça-feira. A Tunísia passa por uma grave crise política e social desde a derrubada do ditador Ben Ali, há dois anos, durante o movimento que ficou conhecido como "Primavera Árabe". A instabilidade aumentou depois do assassinato de Chokri Belaid, um líder da oposição de esquerda, no dia 6 de fevereiro.
Publicado em: Modificado em:
Jebali chegou a propor um gabinete de tecnocratas, projeto sabotado dentro de seu próprio partido. "Prometi que se minha iniciativa não fosse bem-sucedida, eu renunciaria e assim eu o fiz", disse Jebali, em entrevista coletiva, depois de se reunir com o presidente, Moncef Marzouki.
O agora ex-premiê também se referiu à falta de data para as próximas eleições legislativas e à lentidão da Assembleia constituinte como fatores de sua demissão. “Não farei parte de um processo político que não determina a data das eleições e a data do final da redação da constituição”, declarou Jebali.
O Ennahda, principal formação política do país, rejeitou a proposta de um governo de especialistas apolíticos. Uma das alegações foi a de que o grupo não foi consultado previamente por Jebali. O dirigente do partido, Rached Ghannouchi, reafirmou que a Tunísia precisa de um partido de coalizão com islâmicos e laicos.
Os desacordos internos no Ennahda, que venceu com folga as eleições legislativas de outubro de 2011, ameaçam complicar os esforços para sair da crise na Tunísia, onde tensões políticas e dificuldades econômicas se acumulam dois anos após a queda de Ben Ali.
As tensões aumentaram após o assassinato de Chokri Belaid, no último dia 6 de fevereiro, abatido quando saía de sua casa, na capital Tunis. O crime foi interpretado como um assassinato político.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro