Tropas francesas e africanas intensificam ataques a extremistas no norte do Mali
Nesta segunda-feira, o exército francês e o exército do Chade intensificaram os ataques aos grupos extremistas islâmicos no norte do Mali. As principais cidades da região- Gao e Timbuktu- já estão liberadas, mas os islamitas permanecem escondidos no maciço de Ifoghas, que fica na fronteira com a Argélia.
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Ao lado de tropas africanas, o exército da França continua a busca por combatentes islâmicos que permanecem escondidos nos arredores de Kidal (norte), onde, segundo algumas testemunhas, os extremistas detêm sete reféns franceses. O maciço de Ifoghas, que se localiza na extremidade de Kidal, é uma imensa área desértica que equivale, aproximadamente, à metade do território francês.
O comando da operação ainda não definiu se as tropas francesas irão promover uma ofensiva militar terrestre para tentar localizar os reféns e os radicais islâmicos. Hoje, porém, o chanceler francês, Laurent Fabius, afirmou que, nas cidades já liberadas pelo exército francês, o objetivo é o de passar o controle para as tropas africanas. Ainda segundo o chanceler, a saída das tropas franceses de Timbuktu, por exemplo, pode acontecer “muito rapidamente”. Mas, como disse o presidente francês, François Hollande, a presença francesa está garantida até que “os africanos possam, eles mesmos, nos substituir. Mas, até lá, iremos até o fim no norte do Mali”, declarou.
As forças africanas devem chegar a 6 mil soldados nas próximas semanas. O exército do Chade é o primeiro a combater ao lado das tropas francesas. Já o exército do Mali ganhou recentemente o reforço dos rebeldes tuaregues, grupos nômades que defendiam a independência do norte do Mali. Após conflitos com radicais islâmicos pelo controle da região, os tuaregues decidiram se aliar às forças oficiais. Essa aliança, porém, é vista com desconfiança. “Permanecemos atentos e não podemos confiar demais neles », declarou Abdoulaye Kabo, membro de uma ONG local.
Ajuda financeira
A França anunciou hoje que vai retomar, gradualmente, a ajuda pública ao governo do Mali que havia sido interrompida após o golpe de Estado em março do ano passado. O ministro francês para o Desenvolvimento, Pascal Canfin, afirma, porém, que o desembolso dos recursos estará sujeito ao cumprimento de um programa de estabilização política do país que inclui, entre outros pontos, a convocação de eleições em julho deste ano.
Inicialmente, o Mali receberia uma parcela de 150 milhões de euros (R$ 404 milhões) que estão bloqueados desde o ano passado. A ajuda da União Europeia pode chegar a 500 milhões de euros (R$ 1,3 bilhão).
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