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Europol/futebol

Europol desmantela rede de corrupção envolvendo 380 jogos de futebol

Uma vasta rede criminosa, suspeita de ter manipulado resultados de 380 jogos de futebol, incluindo partidas válidas pela Liga dos Campeões da Europa e pelas eliminatórias para a Copa do Mundo no Brasil, foi desmantelada pela Europol. Segundo a Agência Europeia de Polícia, foi o resultado da maior investigação já realizada e relacionada à suspeita de jogos arranjados no futebol.

Sede da Europol, em Haia, na Holanda.
Sede da Europol, em Haia, na Holanda. AFP PHOTO/ANP LEX VAN LIESHOUT
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"Parece estar claro que se trata da maior investigação de todos os tempos relacionada a supostos resultados arranjados”, afirmou o diretor da Europol, Rob Wainwright, durante a entrevista coletiva nesta segunda-feira em Haia, na Holanda, sede da polícia europeia.  Segundo ele, o sofisticado esquema da rede criminosa era baseado na Ásia e operava com intermediários na Europa.

As revelações são feitas após a Interpol, a polícia Internacional, ter alertado no mês passado que a corrupção no futebol estava alimentando diversas redes criminosas atuando no submundo da prostituição, tráfico de drogas e armas, além de outras atividades ilegais.

As investigações da Operação VETO foram feitas pela Europol juntamente com outros 5 países: Alemanha, Finlândia, Hungria, Áustria e Eslovênia. A operação também envolveu especialistas e investigadores de mais 8 países europeus.

A operação VETO foi realizada entre julho de 2011 e janeiro de 2013 e os resultados foram baseados na análise de mais de 13 mil emails e outros materiais que levaram à descoberta da rede. As investigações já levaram à prisão 14 pessoas na Alemanha e algumas delas já foram condenadas até 39 anos de prisão.

A extensão da rede

De acordo com as investigações da Europol, 425 pessoas, principalmente juízes, dirigentes de futebol e jogadores, são suspeitos de participar de um amplo esquema de jogos arranjados. O objetivo seria ganhar grandes somas de dinheiro através de apostas esportivas. A rede teria faturado mais de 8 milhões de euros com os resultados dos resultados manipulados e distribuiu mais 2 milhões de euros para pagamento dos envolvidos nas partidas.

A maior parte dos jogos envolve os campeonatos da Turquia, Alemanha e Suíça, afirmou a Europol. Duas partidas disputadas na Liga dos Campeões da Europa e jogos pelas eliminatórias da Copa do Mundo também integram a lista. Na entrevista coletiva, a Europol citou como exemplo a partida entre as seleções da Argentina e da Bolívia durante a qual um juiz húngaro marcou um pênalti duvidoso em favor da Argentina.

Segundo a Europol, outros 300 jogos estão sob suspeita em regiões como África, Ásia, na América Central e América do Sul. Os responsáveis pelas investigações encontraram evidências de que 150 jogos manipulados tiveram operações realizadas em Cingapura e envolve subornos de até 100 mil euros para cada partida.

Rob Wainwright afirmou que vai escrever ao presidente da UEFA, Michel Platini, mas que todo o mundo do futebol deve estar em alerta.  A Europol vai trocar informações com a Interpol para continuar as investigações.

 

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