Hillary Clinton se despede do comando da diplomacia americana
Esta sexta-feira é o último dia de trabalho da secretária de Estado americana Hillary Clinton. Ontem, em seu discurso de despedida, Hillary falou sobre os desafios da diplomacia americana. O futuro da democrata é incerto, mas muitos apostam que ela pode ser candidata à sucessão de Obama em 2016.
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*Colaboração da correspondente da RFI em Washington Raquel Krähenbühl
Em suas últimas palavras à frente da diplomacia norte-americana, Hillary Clinton evocou a supremacia dos Estados Unidos dizendo que o país ainda é o único capaz de resolver problemas em uma escala global. “Nós não podemos fugir dessa responsabilidade“, afirmou.
Hillary lembrou que o país precisa construir um “poder inteligente” em um mundo onde os níveis de influência mudam rapidamente. Para a secretária de Estado, os diplomatas americanos precisam trabalhar junto com empreendedores e ativistas, usar novos instrumentos tecnológicos, como as redes sociais, e atualizar as instituições globais e regionais que tem dominado as relações externas desde a Segunda Guerra Mundial.
“Nós precisamos de uma nova arquitetura para uma nova ordem mundial, mais como Frank Gehry do que a clássica grega (…). Uma vez colunas fortes podiam suportar o peso do mundo, hoje é necessária uma mistura dinâmica de materiais e estruturas”, explicou.
Nesses quatro anos conduzindo o Departamento de Estado, Hillary revigorou a reputação dos Estados Unidos no mundo, desgastada com as guerras do Iraque e do Afeganistão. Ela mudou a maneira de fazer diplomacia, visitou mais países (112) e usou mais milhas do que qualquer diplomata americano.
Pendências
No entanto ainda ficaram pendências. Para o próximo secretário, o ex-senador John Kerry, o primeiro teste vai ser a questão nuclear iraniana. Também continuam no topo da lista a guerra civil na Síria, que já dura quase dois anos, os confrontos em Mali, e os conflitos entre Israel e o mundo árabe. Hillary lembrou que o mundo continua um lugar perigoso e que os desafios agora são mais complexos.
Esse foi o último discurso de Hillary como Secretária de Estado. Daqui para frente, ela pretende continuar falando em conferências, escrevendo, trabalhando para promover a igualdade das mulheres e os direitos das crianças e ainda ajudar na fundação do marido, o ex-presidente Bill Clinton.
Hillary vem insistindo que agora vai ficar fora da política e que não tem planos de concorrer a presidência. Mas, com uma taxa de aprovação maior do que a do presidente Barack Obama, muitos americanos, pelo menos os democratas, esperam que esse não seja um “adeus”, mas sim um “até 2016”.
Por hora, Hillary - que trabalha desde os 13 anos - conta que não vê a hora de acordar na segunda-feira sem uma agenda de compromissos.
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