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Imprensa

Novo relatório oficial sobre a eutanásia aborda o suicídio assistido

A imprensa aproveita a entrega de um relatório sobre a eutanásia ao presidente François Hollande nesta terça-feira para reacender o debate sobre esse assunto delicado.

D.R.
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Segundo o jornal Aujourd'hui en France, o relatório de 140 páginas redigido pelo professor de Medicina Didier Sicard, ex-presidente do Comitê Nacional de Ética, foi o mais longe que pôde em suas proposições. O conteúdo do documento ainda é desconhecido, mas o jornal acredita saber que mesmo com 89% dos franceses torcendo para uma legalização da eutanásia ativa, o relatório só deve propor melhorias na legislação já existente, a chamada Lei Leonetti, de 2005, ainda desconhecida pela maioria das pessoas.

A legislação em vigor proíbe a administração de uma injeção letal e o suicídio assistido, explica Aujourd'hui en France, porém autoriza a suspensão dos medicamentos, de modo a deixar um paciente em estado terminal morrer serenamente. O documento que será entregue ao presidente Hollande deve garantir melhorias nos tratamentos paliativos aos doentes terminais e limitar a exposição dessas pessoas em fim de vida a procedimentos médicos invasivos e desgastantes, conclui Aujourd'hui en France.

O jornal comunista L'Humanité lembra que o presidente François Hollande prometeu durante a campanha lutar "pelo direito dos doentes de terminarem a vida com dignidade", sem pronunciar a expressão eutanásia ativa. De acordo com L'Humanité, as associações que apoiam a legalização da eutanásia ativa não esperam grandes avanços nesse relatório. Os militantes preveem melhorias nos tratamentos paliativos contra a dor e lembram que apenas 20% dos profissionais do setor da saúde conhecem a legislação em vigor.

O diário católico La Croix afirma que o relatório aborda a questão do suicídio assistido, indiretamente autorizado pela lei de 2005. Os médicos podem administrar aos doentes terminais uma sedação profunda, abreviando a vida. O diário católico estima, no entanto, que nenhuma lei poderá diminuir a angústia dos pacientes e dos familiares diante da morte. E que mais importante do que discutir procedimentos para tirar a vida, o debate deveria ser focado nas trocas humanas entre as famílias e o corpo médico nessa dura travessia.
 

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