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Egito/Constituição

Egípcios voltam a se manifestar contra Constituição

A oposição egípcia voltou a tomar as ruas do Cairo nesta terça-feira para protestar contra o projeto de Constituição que foi a referendo no último sábado em uma parte do país e será submetido à avaliação do resto da população no dia 22 de dezembro.

Tanques de guerra protegem fachada do Palácio Presidencial no Cairo
Tanques de guerra protegem fachada do Palácio Presidencial no Cairo REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
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No início da tarde, centenas de pessoas responderam ao chamado da Frente de Salvação Nacional e marcharam até a praça Tahrir - símbolo do movimento que levou à queda de Hosni Mubarak, em 2011 - e o palácio presidencial. Eles pretendem mostrar sua insatisfação com o pleito, as também defender liberdades, impedir fraudes e rejeitar o projeto de Constituição.

Além da Frente, formada movimentos liberais e esquerdistas, participam dos protestos uma parte expressiva dos juízes do país, que temem que a nova Carta Magna restrinja a liberdade do Judiciário. Nesta terça-feira, um novo grupo de magistrados, o Clube dos Juízes do Conselho de Estado, aderiu ao grupo que se recusa a trabalhar no pleito. A presença de juízes nas sessões eleitorais é obrigatória.

A ideia dos manifestantes é fazer o movimento crescer antes que se consolide uma provável adoção nas urnas da nova Carta Magna, escrita pela equipe do presidente Mohamed Mursi. Ainda que diversas ONGs tenham denunciado irregularidades na primeira fase do pleito, dados oficiais apontam que quase 57% dos eleitores disseram "sim" ao texto. Hoje, o Ministério da Justiça anunciou ter delegado juízes para averiguar possíveis violações.

Nesta terça-feira, a imprensa egípcia publicou uma entrevista com o ministro da Defesa, Abdel Fattah al-Sissi, em que ele calcula os riscos de uma crise prolongada. "As divisões afetam a economia e ameaça a paz social", disse. De fato, Cairo já pode sentir efeitos econômicos da discórdia: na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou o congelamento de um empréstimo de US$ 4,8 bilhões para o Egito e, na segunda-feira, a Alemanha suspendeu a anulação de parte da dívida do país.

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