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Chacina nos EUA

Líderes mundiais se solidarizam com vítimas de Newtown

Neste sábado, autoridades do mundo inteiro expressaram sua solidariedade ao povo norte-americano, depois do massacre na escola Sandy Hook, na cidade de Newtown, Connecticut. Na manhã desta sexta-feira, o atirador identificado pela imprensa local como Adam Lanza, de 20 anos, invadiu a escola onde estudam 600 jovens entre cinco e 12 anos e abriu fogo, matando 20 crianças e seis adultos, em um dos mais graves incidentes deste tipo da história do país. Uma mulher, supostamente mãe do assassino, também foi encontrada morta em um apartamento na cidade. Ryan teria se suicidado.

O presidente Barack Obama enxuga uma lágrima enquanto se dirige ao povo americano na noite de sexta-feira
O presidente Barack Obama enxuga uma lágrima enquanto se dirige ao povo americano na noite de sexta-feira REUTERS/Yuri Gripas
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O presidente francês, François Hollande, mandou uma mensagem ao colega Barack Obama, ainda na noite de sexta-feira, expressando suas condolências. "Neste momento tão doloroso para os Estados Unidos, envio meus sentimentos, em nome de minha equipe e do povo francês", disse o mandatário francês. No sábado, a primeira ministra da Alemanha, Angela Merkel, exprimiu sua "profunda tristeza" às famílias das vítimas.

"Este massacre logo antes do Natal trouxe uma dor indescritível a diversas famílias", escreveu. "Todos os meus pensamentos acompanham os parentes, a quem desejo força para se reconfortar". O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon escreveu ao governador do estado de Connecticut, Dan Malloy, expressando suas "mais profundas condolências diante destas mortes escandalosas". "Atirar contra crianças é um ato raivoso e inconcebível", definiu.

Em mensagem enviada ao administrador da diocese de Bridgeport, nos Estados Unidos, o papa Bento XVI também se pronunciou a respeito do que chamou de "tragédia sem sentido". "O Santo Padre foi rapidamente informado do massacre na escola elementar Sandy Hook, em Newtown, e me pediu para informá-los de sua sincera dor", diz o comunicado assinado pelo número dois do Vaticano, Tarcisio Bertone. O papa prometeu orar pelas vítimas, pelas famílias e por todas as pessoas afetadas por este "incidente chocante". "O papa pede a Deus que console todos aqueles que perdeream um ente querido e que sustente a coesão desta comunidade". A mensagem termina dizendo que "a força espiritual sempre triunfa sobre a violência pelo poder do perdão, da esperança e do amor".

A rainha da Inglaterra, Elizabeth II, escreveu ao presidente Barack Obama, dizendo-se "profundamente abalada e entristecida de saber da horrível perda de vidas em Newtown. Em particular pelo fato de haver tantas crianças entre os mortos". Seu primeiro ministro, David Cameron, disse que "parte o coração pensar nessas pessoas cujos filhos foram roubados em uma idade tão tenra, quando tinham toda a vida pela frente".

O presidente russo Vladimir Putin exprimiu toda sua compaixão pelo povo americano e pediu, em comunicado emitido pelo Kremlin, que Obama transmita aos parentes das vítimas todo seu "apoio e simpatia". Por meio do porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, o Irã condenou o massacre e apresentou suas condolências às famílias das vítimas. Teerã também lançou um apelo à sociedade norte-americana para que "participe do movimento de luta contra a guerra e o massacre de inocentes em todo o mundo" e lembrou que "não há diferença entre as crianças que são vítimas de ações armadas em Gaza, nos Estados Unidos, no Afeganistão, no Paquistão, no Iraque ou na Síria".

Desarmamento
Em pronunciamento ao povo norte-americano, veiculado na noite de sexta-feira, o presidente Barack Obama prometeu tomar medidas "significativas" para impedir novas tragédias como esta, mas não falou especificamente em endurecer a legislação do país no que tange o acesso às armas de fogo. De acordo com ele, é preciso deixar de lado questões políticas para atacar o problema.

No entanto, o que militantes contra as armas como o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg exigem é que o presidente envie imediatamente um projeto de lei ao Congresso para restringir as armas de fogo. A ideia é polêmica entre o eleitorado do país, ainda que os números mostrem o estrago que as armas fazem no país: só em 2009, 31 mil pessoas morreram a tiros no país; entre elas, 18 mil por suicídio.

O diretor Michael Moore que, em 2003, ganhou o Oscar de melhor documentário por "Tiros em Columbine", escreveu em seu Twitter que a "única maneira de homenagear estas crianças mortas é exigir estrita regulamentação das armas". O chefe da oposição esquerdista no Canadá, Thomas Mulcair afirmoçu que "chegará o momento de refletir sobre o que aconteceu e sobre os meios de impedir outras tragédias semelhantes".

Mas a oposição a uma reforma na legislação alega que o direito de possuir uma arma de fogo é garantido pela famosa Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos, defendida com unhas e dentes pelo lobby das armas. Alan Gottlieb, criador da Fundação pela Segunda Emenda, não responsabiliza as armas, mas o atirador pelo massacre: "Claro que a pessoa que cometeu este crime horrível sabia que ele podia agir sem que ninguém o parasse". Paradoxalmente, ele afirma que o problema é a proibição das armas nas escolas o que, de acordo com ele, é uma falha de segurança. Ou seja, para o lobby das armas, a solução para os crimes é aumentar - e não diminuir - o número de armas.

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