O ex-presidente Nicolas Sarkozy é a última esperança dos membros de seu partido UMP (União por um Movimento Popular) para solucionar o impasse criado pela conturbada eleição do novo presidente da legenda. Há uma semana, os dois candidatos que disputaram a votação realizada com os afiliados, o secretário-geral Jean-François Copé e o ex-primeiro-ministro François Fillon, reivindicam a vitória e apontam fraudes de ambos os lados. A comissão organizadora chegou a proclamar a vitória de Copé, mas teve de voltar atrás ao se dar conta que havia 'esquecido' de contabilizar os resultados de três departamentos ultramarinos, que reverteram o resultado a favor de Fillon. Diante da guerra fratricida dos dois caciques, um espetáculo patético que deixa a mídia e os simpatizantes de direita boquiabertos, o ex-ministro das Relações Exteriores Alain Juppé, figura emblemática do partido, tentou uma mediação, mas a iniciativa fracassou neste domingo e mergulhou a UMP no caos. No Fato em Foco desta segunda-feira, o professor Stéphane Monclaire, do Departamento de Ciências Políticas da Sorbonne, faz uma análise da direita francesa, da disputa pelo poder e das vertentes opostas dentro da UMP.