Eleições americanas ganham destaque na imprensa francesa
A imprensa francesa deste sábado dá destaque às eleições nos Estados Unidos e analisa as estratégias dos dois candidatos, o atual presidente Barack Obama e Mitt Romney, e o que mudaria na política exterior americana no caso de uma vitória do candidato republicano.
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O jornal Le Monde diz que o Brasil, grande ausente dos debates, não espera mudanças em caso de vitória do candidato republicano e observa que Romney não citou nenhuma vez o país em sua campanha. O diário faz uma análise de como seria a diplomacia dos Estados Unidos se o republicano fosse eleito.
O jornal lembra que o programa de política exterior de Romney mencionou a America Latina somente em termos vagos, em relação à ameaça representada pela Venezuela de Hugo Chávez ou aos perigos do tráfico de drogas na Bolívia, o que indica uma política reativa em relação ao continente.
Além disso, Romney teria uma atitude de desprezo pela ONU, aumentaria as pressões contra Moscou e Pequim e ampliaria o apoio a Israel. Segundo o jornal, se o candidato republicano for eleito, a África deve ser esquecida e passar a ser uma prioridade somente na luta contra o terrorismo ou devido a seus recursos.
O Libération destaca que, apesar do aumento espetacular do desemprego, a pobreza não foi um dos temas centrais da campanha pela presidência americana. Em entrevista ao jornal, Romain Huret, professor da universidade de Lion e membro do centro de estudos norte americanos da École de Hautes Études en Sciences Sociales, afirma que a população muito carente não deve votar. Segundo o especialista, o fenômeno do desemprego aumentou na última década e mostra que a diferença entre classes sociais aumenta nos Estados Unidos, atingindo principalmente as grandes cidades da costa leste, da Flórida e da costa Oeste do país.
Segundo Le Figaro, que analisa as estratégias de campanha dos dois candidatos, as minorias, hispânicos, gays e negros, que levaram Obama ao poder em 2008, estão no centro da estratégia de campanha do atual presidente. Enquanto seu rival, conta com o voto dos brancos conservadores.
O jornal também afirma que os parlamentares franceses têm uma clara preferência por Obama, somente alguns deputados do partido de direita UMP se dizem decepcionados como o atual presidente e preferem que Romney vença.
Casamento homossexual
O Aujourd'hui en France diz que os franceses estão divididos sobre o casamento gay. A França está prestes a decidir se aprova a união de pessoas do mesmo sexo. Um projeto de lei chamado "casamento para todos" será apresentado na quarta-feira ao Conselho de Ministros.
Uma pesquisa realizada pelo jornal revela que 58% dos entrevistados são favoráveis, cinco pontos a menos que em 2011, e 50% aceitam que os casais homossexuais possam adotar, contra 56% no ano passado. Segundo o diário, a medida que os debates em torno do projeto aumentam, mais as opiniões ficam complexas e se radicalizam.
No ano passado 63% dos franceses eram favoráveis à lei, atualmente este número diminuiu. Ainda segundo a pesquisa, jovens e mulheres são mais receptivos e Paris é mais hostil que o interior da França ao projeto.
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